Operação Abhyas: apagões em Nova Délhi e Mumbai fazem parte de um exercício de defesa civil em resposta a ataques no Paquistão (Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 7 de maio de 2025 às 16h25.
Dezenas de cidades da Índia, incluindo as duas mais populosas, Nova Délhi e Mumbai, sofreram apagões em vários bairros nesta quarta-feira como parte de um exercício de segurança civil em escala nacional para um possível ataque, quase 24 horas depois do bombardeio que o país realizou contra alvos no Paquistão que considera terroristas.
Mercados, edifícios emblemáticos e bairros centrais ficaram completamente no escuro quando a noite caiu, já que o fornecimento de energia foi temporariamente suspenso.
No popular bairro Connaught Place, no coração de Nova Délhi, o apagão ocorreu às 19h30 (horário local; 11h de Brasília) e durou uma hora, e em outras áreas da capital aconteceu pouco depois.
O icônico monumento India Gate, sempre iluminado com as cores da bandeira indiana após o anoitecer, foi completamente desligado a partir das 20h (11h30 de Brasília), tornando-se totalmente imperceptível.
Essa medida foi adotada em dezenas de cidades, como Mumbai (no oeste da Índia), Jaipur (noroeste) e Lucknow (norte) e fez parte da chamada Operação Abhyas, o maior exercício de defesa civil no país desde 1971, quando a Índia entrou em guerra com o Paquistão.
O exercício foi convocado para preparar a população “no caso de um ataque hostil”, de acordo com um comunicado do Ministério do Interior.
Sirenes de ataque aéreo soaram, e houve esvaziamento de prédios do governo, mercados e escolas.
O exercício foi realizado em um momento de alta tensão entre a Índia e o Paquistão, depois que o exército indiano lançou um ataque aéreo em solo paquistanês na madrugada de ontem, e Islamabad respondeu alertando sobre as possíveis consequências.
O ataque indiano teve como alvo o que chamou de infraestrutura “terrorista” na província oriental de Punjab, que fica na fronteira com a Índia, e na parte da região da Caxemira administrada pelo Paquistão.
No entanto, o Paquistão alega que os mísseis indianos atingiram populações civis, matando 26 pessoas e ferindo 46.
Ao menos 15 pessoas foram mortas no lado indiano da fronteira, de acordo com autoridades indianas, em uma subsequente troca de tiros ao longo da Linha de Controle, a fronteira de fato na região da Caxemira.
A escalada de tensão entre as duas potências nucleares, que têm uma disputa histórica pelo controle da Caxemira, começou em 22 de abril, quando homens armados mataram 26 pessoas em uma área turística da Caxemira indiana, um ataque terrorista que Nova Délhi atribui ao país vizinho.