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Índia expulsa diplomatas e fecha fronteira com Paquistão após ataque na Caxemira

Atentado provocou a morte de 25 turistas indianos e um nepalês na região

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 23 de abril de 2025 às 20h36.

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A Índia anunciou nesta quarta-feira a declaração de conselheiros de defesa do Paquistão como 'personae non gratae', a expulsão de vários diplomatas e o fechamento imediato da passagem fronteiriça na única rota terrestre oficial entre os dois países.

Essas medidas foram tomadas após o governo da Índia alegar vínculos do Paquistão com o atentado que causou a morte de 25 turistas indianos e um nepalês na região da Caxemira indiana.

Elas foram anunciadas pelo secretário de Relações Exteriores da Índia, Vikram Misr, após uma reunião do Comitê de Segurança do Gabinete, presidido pelo primeiro-ministro do país, Narendra Modi.

A Índia ordenou que conselheiros de defesa da Alta Comissão (Embaixada) do Paquistão em Nova Délhi deixem o país em uma semana. Como medida recíproca, a Índia vai retirar seus próprios assessores de Islamabad, abolindo assim esses cargos em ambas as missões diplomáticas.

O posto de controle integrado em Attari, um centro de comércio e trânsito, foi fechado com efeito imediato, e ficou estabelecido o prazo até 1º de maio para que as pessoas com vistos válidos retornem a seus respectivos países por essa rota.

A Índia também suspendeu o Plano de Isenção de Vistos SAARC (SVES) para cidadãos paquistaneses, revogando todos os vistos emitidos anteriormente no âmbito desse programa.

Os cidadãos paquistaneses atualmente na Índia com vistos SVES têm 48 horas para deixar o território. Outras medidas anunciadas por Nova Délhi incluem a suspensão do Tratado das Águas do Indo e a redução de pessoal nas embaixadas de ambos os países.

Atentado

Homens armados atacaram um grupo de turistas ontem em um campo perto da cidade turística de Pahalgam, na parte da Caxemira administrada pela Índia.

A região, muitas vezes chamada de “Pequena Suíça”, tornou-se cenário do ataque a civis mais letal em anos. Testemunhas oculares relataram que os agressores saíram das densas florestas de pinheiros que cercam o local e, aparentemente, escolheram seletivamente as pessoas que acreditavam ser não muçulmanas.

Um grupo militante até então desconhecido, que se autodenomina Frente de Resistência (FRT), reivindicou a autoria do ataque em comunicado divulgado por vários veículos de imprensa indianos.

As autoridades indianas consideram a FRT uma organização ramificada do Lashkar-e-Taiba (LeT), grupo militante com sede no Paquistão e responsável, no passado, por grandes ataques na Índia.

A FRT foi formada após a revogação, pela Índia, do status de semiautonomia da Caxemira em 2019, quando o grupo declarou que sua motivação era responder às políticas do governo indiano na região, incluindo o suposto assentamento de população não local.

A Caxemira tem sido historicamente um ponto de conflito entre Índia e Paquistão desde a independência de ambos os países em 1947, com os dois reivindicando a soberania sobre o território.

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