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Índia e China discutem fronteiras (mas há algo maior além disso)

Um dos principais pontos de conflito entre os dois países era a região fronteiriça de Doklam, onde os dois países disputam o uso de águas

Fronteira: região entre China e Índia é marcada por disputa por bacias hidrográficas (Daniel Berehulak/Getty Images)

Fronteira: região entre China e Índia é marcada por disputa por bacias hidrográficas (Daniel Berehulak/Getty Images)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 06h45.

Última atualização em 21 de dezembro de 2017 às 07h54.

As vizinhas Índia e China vão discutir, por dois dias, como lidar melhor com suas fronteiras, a partir desta quarta-feira, em Nova Déli. Um dos principais pontos de conflito entre os dois países era a região fronteiriça de Doklam, onde os dois países disputam o uso de águas. A disputa armada terminou, mas a China permanece com a intenção de fazer obras no local, dentre novas estradas, canais e hidrelétricas.

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Entre junho e agosto deste ano, tropas militares ficaram a postos na região por 73 dias, e chegaram a entrar em confronto armado, num cenário que amargou a relação entre as duas potências asiáticas. Uma das principais queixas da Índia é que, com a China ampliando seu controle sobre o uso das bacias, a água se torna uma arma política, que pode ser usada para chantagear o país em decisões que deveriam ser diplomáticas.

Apesar das intrigas, desde outubro, o tom das conversas ficou mais ameno, com a reeleição de Xi Jinping, que permanece no poder pelos próximos cinco anos. Essa é a 20ª rodada de negociações sobre fronteiras entre os dois países — e a primeira desde a retirada de tropas de Doklam. O ministro de relações exteriores da China chegou a afirmar que a resolução pacífica era um sinal de maturidade política entre os dois países. Para a Índia, a paz na fronteira é uma forma de dar melhor andamento às negociações bilaterais num momento de economia aquecida.

Em 2018, o país deve continuar crescendo mais rápido que os chineses, com uma alta no PIB de 7,4% ante os 6,5% previstos para os vizinhos, de acordo com previsões de outubro do FMI. Também se prevê que, em 2022, o país se torne o mais populoso do mundo, o que traz vantagens em termos de tamanho da força de trabalho. A disputa está longe de ser só pela fronteira.

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