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Independência representaria "divórcio doloroso", diz Cameron

Cameron fez hoje sua última viagem à Escócia para apoiar o "não" à cisão, enquanto ambos os lados intensificam a campanha a alguns dias da consulta


	O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron: "é preciso ser muito claro. Não há volta, não haverá repetição"
 (Francois Lenoir/Reuters)

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron: "é preciso ser muito claro. Não há volta, não haverá repetição" (Francois Lenoir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 15h31.

Edimburgo - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, advertiu nesta segunda-feira que "não haverá volta" de um eventual voto propício à independência da Escócia, uma decisão irreversível que levaria a "um divórcio muito doloroso".

"É preciso ser muito claro. Não há volta, não haverá repetição. Esta é uma decisão para sempre. Se a Escócia votar "sim", o Reino Unido se dividirá e seguiremos caminhos diferentes", manifestou Cameron em mensagem apaixonada contra uma decisão da qual disse que "pode acabar com o Reino Unido como o conhecemos".

Cameron fez hoje sua última viagem à Escócia para apoiar o "não" à cisão, enquanto ambos os lados intensificam a campanha a apenas três dias da histórica consulta, com as pesquisas dada a máxima igualdade e ao redor de 10% de indecisos.

Em discurso pronunciado em Aberdeen (nordeste da Escócia) sob o lema "Sigamos juntos", o líder conservador insistiu hoje que, se os escoceses votarem na separação em uma consulta a priori ajustada, representará a cisão do Reino Unido, mas que, se a rejeitam, haverá uma transferência de poderes.

"O futuro de nosso país está em jogo. Esta é uma decisão que pode romper nossa família de nações", apontou o chefe de governo, para quem o Reino Unido só é o que é hoje em dia graças à "grandeza da Escócia".

"Estamos melhor juntos", disse o premier, emocionado e que destacou a importância desta semana, que "pode mudar ao Reino Unido para sempre e que, de fato, pode acabar com o Reino Unido como o conhecemos".

Na quarta-feira passada, David Cameron suspendeu seu comparecimento semanal perante a Câmara dos Comuns para viajar para Edimburgo, depois que uma pesquisa desse pela primeira vez a vitória do "sim" à independência.

O tom de seu discurso de hoje em Aberdeen foi muito similar ao da semana passada, ao insistir nas vantagens financeiras de conservar a Ata de União de 1707, pela qual a Escócia está unida ao Reino Unido, e pedir aos escoceses que não emitam um voto de castigo contra os conservadores que governam em Londres.

"O voto pelo "sim" não é um voto otimista, significa romper famílias. A visão otimista é que a família de nações siga unida e avance junta", indicou Cameron, que voltou a dizer que "ficaria com o coração terrivelmente partido" caso ganhe o "sim".

Para Cameron, "na sexta-feira as pessoas poderiam viver em um país diferente, com um lugar diferente no mundo e com um futuro diferente pela frente". Diversas enquetes publicadas no fim de semana antecipam uma vitória ajustada do "não" no referendo sobre a independência e auguram que o resultado poderia depender de uma pequena porcentagem de votos.

Os maiores de 16 anos residentes na Escócia - quase 4,3 milhões de pessoas - terão que responder com um "sim" ou um "não" no referendo do dia 18 à pergunta sobre se querem que a região seja independente.

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