Independência: partidos separatistas do parlamento catalão aprovarão esta lei antes do eventual referendo de 1º de outubro (David Ramos/Getty Images)
EFE
Publicado em 28 de agosto de 2017 às 11h29.
Madri - O governo da Espanha advertiu nesta segunda-feira que a lei para levar adiante a independência da Catalunha, que está sendo promovida pelos separatistas desta região autônoma do país, "jamais entrará em vigor".
"Esta lei pode ser anunciada quantas vezes eles quiserem, mas nunca entrará em vigor", reiteraram à Agência Efe fontes do Executivo de Mariano Rajoy, depois que ficaram sabendo que os partidos separatistas do parlamento catalão aprovarão esta lei antes do eventual referendo de 1º de outubro, que é rejeitado pelo governo espanhol e pelo Tribunal Constitucional.
Além disso, as mesmas fontes acusam o governo catalão, dirigido pela coalizão Junts pel Sim (JxS, 'Juntos pelo Sim', em tradução livre do catalão), de "se renderem" aos planos de um partido "minoritário, radical e antissistema" como o CUP (independentistas radicais) e lamentaram o fato de que "os mais radicais conduzam as rédeas da política catalã".
A JxS, que não tem maioria suficiente no parlamento catalão, se apoia nos deputados da CUP para aprovar seus projetos.
O Executivo espanhol seguirá respondendo a todas as "tentativas" dos independentistas de "violar" a Constituição, incluída a apresentação deste projeto de lei, comentaram as fontes.
O governo em Madri considera um "paradoxo" o fato de, enquanto acontece em Paris uma reunião de chefes de governo de quatro das principais democracias da Europa (Alemanha, França, Itália e Espanha) para "trabalharem juntos contra o terrorismo e em favor da liberdade", os independentistas aproveitem para apresentar "uma iniciativa ilegal" com a qual "tentam desligar os catalães da Espanha e da Europa".
"A Generalitat (governo da Catalunha) se rendeu diante dos planos de um partido minoritário, radical e antissistema. O CUP está estabelecendo todos os posicionamentos políticos das instituições catalãs", enfatizaram as fontes do Executivo espanhol.
As mesmas fontes acrescentaram que não há mais no governo catalão "um mínimo de sensatez, moderação e responsabilidade institucional" e o acusam de ter como única estratégia "gerar um estado constante de atrito e provocação".
O governo espanhol lembrou que tem "a obrigação de cumprir e fazer com que as leis sejam cumpridas" e a certeza de que, entre as suas responsabilidades, está a de "defender os cidadãos da Catalunha de um grupo de radicais que está tentando submeter e silenciar a maioria dos catalães".
Além disso, devido à apresentação desta iniciativa, o Executivo em Madri advertiu que seguirá respondendo a todas as "tentativas" dos independentistas de "violar" a ordem constitucional.