Mundo

Incidentes matam 14 no Paquistão após fala de políticos

Multidão avançou queimando veículos após o discurso. Em diversos bairros, tiroteios foram ouvidos a noite toda, e muitas ruas estão fechadas em Karachi

Simpatizantes do partido Movimento Muttahida Qaumi queimam efígie do ministro regional Zulfikar Mirza durante protesto em Karachi (Athar Hussain/Reuters)

Simpatizantes do partido Movimento Muttahida Qaumi queimam efígie do ministro regional Zulfikar Mirza durante protesto em Karachi (Athar Hussain/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2011 às 10h08.

Karachi - Pelo menos 14 pessoas já morreram na quinta-feira em Karachi, maior cidade do Paquistão, em incidentes desencadeados por declarações de um importante político local.

Uma multidão enfurecida saiu pelas ruas causando distúrbios e queimando veículos depois que o ministro regional Zulfiqar Mirza, dirigente do Partido do Povo Paquistanês (PPP, governista), conclamou a população de Karachi e Hyderabad, segunda maior cidade da província de Sindh, a "se erguer... e se livrar" de um partido rival, o Movimento Muttahida Qaumi (MMQ).

"Apelo ao povo de Karachi especialmente, e de Hyderabad, que se erga por si mesmo, pelo Paquistão, por Karachi e por seus filhos inocentes, e que se livre desses amaldiçoados", afirmou ele a jornalistas, referindo-se aos dirigentes do MMQ.

Em declarações transmitidas repetidamente pela TV, ele também acusou os mohajirs - descendentes dos falantes do idioma urdu que migraram da Índia - de serem ingratos com o lar que receberam com a criação do Paquistão, em 1947.

O ministro provincial do Interior, Manzoor Wasan, disse que 14 pessoas morreram e 25 ficaram feridas desde a noite de quarta-feira. Pelo menos uma pessoa foi morta em Hyderabad, segundo a polícia.

Vários protestos ocorreram em Karachi e outras cidades do Sindh, onde centenas de manifestantes queimaram pneus e imagens de Mirza, exigindo sua demissão do cargo de ministro provincial.

Em diversos bairros, tiroteios foram ouvidos a noite toda, e muitas ruas estão fechadas em Karachi.


Mirza depois recuou dos ataques verbais. "Minhas declarações ontem à noite foram minha visão pessoal, e não se destinavam a ferir os sentimentos de ninguém. Mas, se eu fiz isso, peço desculpas sinceramente", declarou em nota.

Karachi, com 18 milhões de habitantes, tem um longo histórico de violência étnica, religiosa e sectária. Como capital comercial do país, qualquer distúrbio ali pode ter sérias consequências econômicas para o Paquistão.

Na semana passada, outros distúrbios étnicos e políticos na cidade já haviam deixado mais de cem mortos.

Acompanhe tudo sobre:Política no BrasilÁsiaProtestosPaquistãoMassacres

Mais de Mundo

Marchas em apoio aos palestinos reúnem centenas de milhares de pessoas na Europa

Ato de campanha de Milei provoca incidentes com detidos na Argentina

Ataque russo a estação de trem na Ucrânia deixa ao menos um morto e 30 feridos

Trump adverte Hamas para que não atrase acordo de paz em Gaza