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Incêndios na Coreia do Sul deixam quatro mortos e milhares de desabrigados

Os primeiros incêndios foram registrados na sexta-feira na área de Sancheong, na província de Gyeongsang do Sul, a cerca de 300 km de Seul

Coreia do Sul: incêndios deixam 4 mortos (YASUYOSHI CHIBA / AFP)

Coreia do Sul: incêndios deixam 4 mortos (YASUYOSHI CHIBA / AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 24 de março de 2025 às 16h26.

Última atualização em 24 de março de 2025 às 16h33.

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Uma série de incêndios florestais na Coreia do Sul deixou quatro mortos e forçou a retirada de milhares de pessoas que vivem em áreas de risco. Ao longo do fim de semana, foram registrados cerca de 50 focos simultâneos, e o tempo seco, aliado a ventos fortes, dificultou o trabalho dos bombeiros. Para analistas, o desastre serve como um alerta para as autoridades sobre a capacidade do país de enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.

Os primeiros incêndios foram registrados na sexta-feira na área de Sancheong, na província de Gyeongsang do Sul, a cerca de 300 km de Seul — quatro bombeiros morreram no combate às chamas, que ainda não foram totalmente contidas.

No sábado, foram identificados focos em Euiseong, província de Gyeongsang do Norte e nos arredores das cidades de Ulsan e Gimhae. Ao todo, cerca de 9 mil bombeiros e voluntários participam da operação, amparados por 120 helicópteros. Para acelerar a liberação de recursos adicionais, três áreas foram designadas como zonas de desastre.

Ao todo, 2,7 mil pessoas precisaram ser retiradas para áreas mais seguras, e muitas não têm mais um lar para retornar após o fim dos incêndios.

“Coisas que me lembram da minha juventude desapareceram sem deixar rastros, fotos dos meus filhos quando eram pequenos”, disse Kim Byung-wook, um fazendeiro que viu a casa onde morou nos últimos 30 anos ser engolida pelas chamas, em entrevista à agência Reuters. “A maior prioridade é rapidamente criar medidas para dar suporte e permitir a recuperação do desastre o mais rápido possível.”

De acordo com o serviço florestal da Coreia do Sul, cerca de 8,7 mil hectares de floresta foram devastados, um número que deve aumentar nos próximos dias.

Resposta do governo e planejamento para futuras catástrofes climáticas

“As agências relevantes devem estabelecer um sistema de cooperação orgânica para trabalhar em conjunto até que os incêndios florestais sejam completamente extintos”, afirmou nesta segunda-feira o presidente interino, Han Duck-soo, durante visita à Sede Central de Contramedidas de Segurança e Desastres no complexo governamental.

Han, que retornou ao cargo após uma decisão da Corte Constitucional de reverter seu impeachment, aprovado pelo Congresso, também visitou áreas atingidas e pediu aos ministros e governos regionais que ofereçam apoio às famílias afetadas, assim como medidas para garantir a segurança dos bombeiros no combate às chamas.

O incêndio já é considerado o mais grave desde 2022, e dados divulgados pelo serviço florestal apontam que as mudanças nos padrões climáticos, com mudanças no padrão de chuvas e temperatura, devem causar novos e mais frequentes desastres no futuro. Diante desse cenário, especialistas dizem ser crucial não apenas se planejar para os incêndios mas também mudar a forma de combatê-los.

Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (Pnuma) defende que os governos usem uma combinação entre análise de dados ambientais, conhecimento local das áreas afetadas e uma maior cooperação internacional. No domingo, o governador da província de Gyeongsang do Norte pediu que Seul autorize gastos com equipamentos mais modernos de monitoramento, mas a saída pode não estar apenas na liberação de verbas, mas também na forma como elas são usadas.

“As respostas atuais do governo aos incêndios florestais estão frequentemente colocando dinheiro no lugar errado. Os trabalhadores de serviços de emergência e bombeiros na linha de frente que estão arriscando suas vidas para combater incêndios florestais precisam ser apoiados”, disse Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma, ao Korea Times. “Temos de minimizar o risco de incêndios florestais extremos estando mais bem preparados: investir mais na redução do risco de incêndio, trabalhar com comunidades locais e fortalecer o compromisso global para combater as mudanças climáticas.”

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