Mundo

Incêndios na Califórnia deixam 23 mortos

Ventos voltaram a ganhar força nesta quarta (11) e dificultaram os trabalhos para conter as chamas

Incêndio na Califórnia: "Esta é uma catástrofe crítica e grave", disse o chefe dos bombeiros (Stephen Lam/Reuters)

Incêndio na Califórnia: "Esta é uma catástrofe crítica e grave", disse o chefe dos bombeiros (Stephen Lam/Reuters)

A

AFP

Publicado em 12 de outubro de 2017 às 12h27.

O número de mortos pelos violentos incêndios que atingem o norte da Califórnia subiu para 23, informaram as autoridades, enquanto centenas de bombeiros tentavam controlar as chamas, alimentadas por fortes ventos.

"Esta é uma catástrofe crítica e grave", disse a jornalistas o chefe do Corpo de Bombeiros da Califórnia (CalFire), Ken Pimlott. "Não vamos sair da floresta por vários dias", acrescentou.

Segundo Pimlott, após um respiro na terça-feira, os ventos voltavam a ganhar força nesta quarta, dificultando os trabalhos para conter as chamas.

"Ainda estamos atingidos por cinco anos de seca", disse. "Estamos falando de uma vegetação explosiva".

Treze das mortes ocorreram no condado de Sonoma, um dos mais afetados pelo avanço do fogo e onde continuavam as evacuações.

Outras seis pessoas perderam a vida no condado de Mendocino, duas em Napa e duas em Yuba.

Pimlott apontou que espera que a cifra de mortos aumente: em Sonoma ainda há 200 pessoas em local desconhecido.

Os bombeiros da Califórnia explicaram em sua conta do Twitter nesta quarta-feira que 22 focos de incêndio arrasam o estado e queimaram 69.000 hectares.

O presidente americano, Donald Trump, declarou na terça-feira o estado de catástrofe natural, liberando recursos federais para atender a emergência na Califórnia, estado mais povoado do país, desde que, no domingo, a maior parte dos focos começou e avançou com extrema rapidez devido aos fortes ventos.

Bairros inteiros em Santa Rosa, uma cidade de 175.000 habitantes em Sonoma, 90 km ao norte de San Francisco, ficaram reduzidos a cinzas.

Apenas em Sonoma, mais de 25.000 pessoas tiveram que abandonar seus lares. Cerca de 5.000 conseguiram se refugiar em abrigos temporários, indicou na segunda-feira o gabinete do xerife.

Mais de 3.500 casas e negócios foram destruídos, incluindo vinhedos em Sonoma e Napa, coração da indústria vinícola no estado.

E ainda não há sinais de que as chamas irão cessar.

A polícia de Santa Rosa advertiu no Facebook que os serviços meteorológicos preveem um "retorno dos ventos fortes na região a partir de quarta-feira à noite (...) até quinta-feira de manhã".

"Esta evolução cria condições extremamente perigosas para os bombeiros", ressaltou.

Pimlott disse que 73 helicópteros, 30 aviões e cerca de 8.000 bombeiros estão mobilizados nos esforços para combater o fogo, enquanto 324 caminhões para apagar as chamas e outras 60 equipes de bombeiros estavam a caminho saídos de outros estados para prestar ajuda.

O Exército enviou 700 efetivos para participar dos trabalhos, além de outros 1.800 mobilizados.

O CalFire indicou em seu site que outubro é o mês em que a Califórnia historicamente sofre seus maiores e mais destruidores incêndios.

Milhares de moradores foram obrigados a fugir das chamas. As evacuações continuavam nesta quarta-feira.

Bob Nelson, de 53 anos, disse que saiu de sua casa no domingo e voltou na terça-feira. "Não havia danos", disse. "Mas fomos novamente evacuados".

"Não sei nada da minha casa agora", disse à AFP. "Não tenho ideia. Está no meio de dois focos", acrescentou.

Vários vinhedos foram parcialmente ou totalmente destruídos. Alguns permaneciam na trajetória das chamas nesta quarta.

O vinhedo Signorello Estate foi reduzido a cinzas. Seu diretor, Ray Signorello Jr, afirmou no Facebook que os trabalhadores tentaram lutar contra as chamas na noite de domingo, mas tiveram que abandonar os esforços quando o fogo alcançou o edifício principal.

A exploração de vinhos orgânicos Frey foi engolida pelo fogo, enquanto a família vinicultora Donelan cruza os dedos para não sofrer as consequências dos incêndios, embora esteja na zona de evacuação.

"O fogo não está nem um pouco controlado e o vento está aumentando. Não há maneira de saber se estamos fora de perigo", contou Cushing Donelan à AFP.

O incêndio mais fatal da história da Califórnia, o "Griffith Park", ocorreu em outubro de 1933 e deixou 29 mortos perto de Los Angeles. O mais destruidor, o "Tunnel-Oakland Hills", devastou 2.900 construções e matou 25 pessoas em outubro de 1991.

Acompanhe tudo sobre:CalifórniaDesastres naturaisEstados Unidos (EUA)Incêndios

Mais de Mundo

Quem é Pam Bondi indicada por Trump para chefiar Departamento de Justiça após desistência de Gaetz

Na China, diminuição da população coloca em risco plano ambicioso para trem-bala

Rússia diz ter certeza de que os EUA 'compreenderam' a mensagem após ataque com míssil

Autoridades evacuam parte do aeroporto de Gatwick, em Londres, por incidente de segurança