Incêndios: a Austrália hospeda uma grande variedade de animais exclusivos em seu território continental, com cerca de 300 espécies nativas (AAP Image/Dean Lewins/Reuters)
EFE
Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 08h33.
Sydney - Os incêndios florestais devastadores que vêm atingindo a Austrália desde setembro comprometem o futuro de pelo menos 327 espécies de animais e plantas protegidas, destruindo até 80% de seus habitats, informou o governo australiano nesta segunda-feira.
De acordo com um documento do Ministério do Meio Ambiente australiano, os incêndios colocam em risco 272 espécies de plantas, 16 mamíferos, 14 sapos, 9 aves, 7 répteis, 4 insetos, 4 peixes e uma aranha.
Além disso, o Ministério também indicou que 31 espécies das 327 foram classificadas sob as leis como "ameaçadas de extinção", outras 110 como "em perigo" e 186 como "vulneráveis".
Os incêndios também afetaram quatro espécies de aves migratórias que não foram classificadas como ameaçadas de extinção, de acordo com este estudo preliminar que abrange de 1º de agosto de 2019 a 13 de janeiro deste ano.
Foram atingidos pelos incêndios uma área de mais de 80 mil quilômetros quadrados (maior que a ocupada pela Irlanda), além de 29 pessoas que morreram. Eles afetam mais de 80% das áreas onde algumas das espécies estão distribuídas.
"O status de algumas dessas espécies terá que ser revisado pelo Comitê Científico de Espécies Ameaçadas de Extinção quando o impacto for melhor compreendido", afirmou o Ministério.
A Austrália hospeda uma grande variedade de animais exclusivos em seu território continental, com cerca de 300 espécies nativas, incluindo marsupiais como cangurus e coalas, monotremados como ornitorrinco e equidnas e placentários como dingos.
Destas, cerca de 244 espécies ou 81% são encontradas apenas na Austrália.
Esses dados oficiais são revelados semanas depois que um grupo de cientistas da Universidade de Sydney ter estimado que os incêndios florestais teriam afetado mais de um bilhão de animais, incluindo um grande número de coalas, que estão em perigo de extinção na costa leste do país.