Mundo

Incêndios florestais põem Chile em alerta no início de 2012

Caso que mais exigiu esforços das autoridades é o incêndio que desde a semana passada arrasou 12.795 hectares de floresta nativa no parque nacional Torres del Paine

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2012 às 18h17.

Santiago do Chile - Quase 50 incêndios florestais, que deixaram um morto, 23 mil hectares arrasados e uma centena de casas e fábricas calcinadas mantêm o Chile em alerta no início de 2012 devido à complexidade e rápido avanço de vários deles.

O presidente Sebastián Piñera, que percorrerá hoje as áreas afetadas nas regiões de Biobío (sul) e Maule (centro), afirmou nesta segunda-feira a jornalistas, após receber um relatório no Escritório Nacional de Emergência (Onemi), que aconteceram 48 incêndios, dos quais 13 já foram extintos, 20 controlados e outros 15 permanecem ativos.

A situação levou o presidente a declarar alerta vermelho em extensos setores de Magallanes (extremo sul do país), Biobío e Maule e diferentes graus de alerta em outras oito regiões, o que de acordo com Piñera põe 'uma enorme pressão sobre os recursos' do país para combater incêndios.

Nesse contexto, o líder pediu aos chilenos 'que tenham o máximo de prudência e tomem consciência da grave situação'.

O caso que mais exigiu esforços das autoridades é o incêndio que desde a semana passada arrasou 12.795 hectares de floresta nativa no parque nacional Torres del Paine, a dois mil quilômetros ao sul de Santiago, na região de Magallanes.

Uma aparente distração de um turista israelense de 23 anos, identificado como Roter Singer, que em declarações à imprensa de seu país negou ter causado o acidente, deu origem ao fogo, que foi combatido por 753 brigadistas, apoiados por helicópteros, aviões e membros do Exército e equipes procedentes de Argentina e Uruguai.

Os esforços tinham conseguido controlar hoje quatro dos seis focos registrados, enquanto os outros dois pelo menos pararam de se propagar, segundo o ministro da Agricultura, Luis Mayol, em declarações aos meios de comunicação no local do incêndio.

Nessa área foram evacuadas 400 pessoas, mas as autoridades estudavam hoje a possibilidade de reabrir na próxima quarta-feira entre 100 mil e 150 mil hectares do parque aos numerosos visitantes que chegam ao local durante o verão austral.


Para supervisionar o processo e salvar a temporada turística em Torres del Paine, que possui um total de 242 mil hectares ideais para o desenvolvimento de atividades esportivas e recreativas, Piñera enviará ao local o ministro da Economia, Pablo Longueira.

Outra situação grave afeta os municípios de Florida e Quillón, cerca de 450 quilômetros ao sul de Santiago, na região do Biobío, onde morreu um idoso que se negou a abandonar sua casa e onde 600 pessoas foram evacuadas, há uma centena de casas e fábricas queimadas e 10 mil hectares foram consumidos pelo fogo, principalmente florestas de pinheiros e eucaliptos.

Na área, à qual hoje chegarão os ministros do Interior, Rodrigo Hinzpeter, e da Habitação, Rodrigo Pérez, trabalham 520 integrantes da Corporação Nacional Florestal (Conaf), bombeiros, militares e funcionários de empresas privadas, com o apoio de seis aviões e dez helicópteros.

Vicente Núñez, diretor da Onemi, considerou 'especialmente complexa' a situação na área, onde na madrugada de hoje as chamas atingiram uma fábrica de painéis de madeira da empresa Celulosa Arauco, que foi completamente destruída.

Em Maule, a 340 quilômetros de Santiago, foram registrados desde domingo quatro incêndios florestais que até as 12h (de Brasília) tinham consumido 1.330 hectares de florestas, trigais e pradarias nas cercanias das localidades de Retiro, Linares e Cauquenes.

Os focos de fogo são 'complexos, com rápido avanço e comportamento extremo', segundo a Onemi, que declarou alerta vermelho em Cauquenes e Linares e alerta amarelo no resto da região.

Piñera confirmou nesta segunda-feira o envio de um projeto de lei que estabelece punições mais severas para os responsáveis por incêndios florestais. A atual legislação data de 1931 e estabelece penas de até 61 dias de prisão e multas consideradas irrisórias a quem provoque incêndios por distração ou negligência.

O presidente disse, além disso, que seu governo se propõe a modificar a Lei de Florestas, melhorar a coordenação dos organismos responsáveis pelo combate de incêndios, elaborar um plano nacional de proteção de parques e reformar o regime de direitos e deveres dos donos de propriedades rurais. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaChileFlorestasIncêndios

Mais de Mundo

Argentinos não precisam mais escalar o Obelisco: agora ele tem elevador

Quanto um Papa ganha? Entenda de onde vem sustento do Pontífice

China avança em abertura regulatória com foco em empresas internacionais

Em Moscou, Lula defende parceria estratégica entre Brasil e Rússia