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Incêndios florestais deixam 19 mortos e grande destruição em região turística do Chile

Fileiras de veículos carbonizados podem ser vistas em frente às casas e prédios em ruínas

Nuvem provocada pelos incêndios florestais em Viña del Mar, no Chile, em 2 de fevereiro de 2024 (AFP)

Nuvem provocada pelos incêndios florestais em Viña del Mar, no Chile, em 2 de fevereiro de 2024 (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 3 de fevereiro de 2024 às 15h08.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2024 às 16h11.

Caminhando em meio à fumaça, milhares de pessoas voltaram para suas casas destruídas pelos "incêndios sem precedentes" que deixaram 19 mortos e mantêm Viña del Mar, Valparaíso e outras regiões do centro e sul do Chile em situação de emergência neste sábado, 3.

"Ficamos sem nada de um minuto para o outro", diz Luis Vial, aposentado de 69 anos, em frente à sua casa que foi consumida pelo incêndio em Villa Independencia, Viña del Mar, devastado pelas chamas ao anoitecer de sexta-feira.

Fileiras de veículos carbonizados podem ser vistas em frente às casas e prédios em ruínas.

"Não peço dinheiro, peço que me ajudem a recuperar minha casa", diz Vial.

Apoiados por helicópteros e aviões, bombeiros e voluntários combatem as chamas nas colinas de vários pontos do país, sujeitas a altas temperaturas em pleno verão austral.

Apenas na Villa Independencia "morreram 19 pessoas (...), todos os corpos foram levantados", disse a ministra do Interior, Carolina Tohá, ao entregar um balanço que, segundo ela, pode aumentar nas próximas horas.

Vítimas são identificadas

Quinze das vítimas já foram identificadas, incluindo uma menor de 17 anos, detalhou a ministra. Ainda não se sabe o número de pessoas evacuadas.

Até o meio-dia de sábado, 92 incêndios haviam sido registrados. Desse total, 40 foram controlados, enquanto as brigadas lutam contra 29 focos. O fogo consumiu cerca de 43.000 hectares no país.

"A prioridade está nos incêndios na região de Valparaíso por sua proximidade com áreas urbanas. Ali, temos, basicamente, vários incêndios, mas dois são mais preocupantes", explicou Tohá.

Fogo entre colinas e mar

As áreas mais afetadas ficam perto das praias do Pacífico, 80 e 120 km a noroeste de Santiago, onde operam empresas vinícolas, agrícolas e madeireiras.

Durante esta temporada, a região também recebe um grande número de turistas.

Vários municípios da região de Valparaíso e Viña del Mar acordaram sob toque de recolher, uma medida ordenada por algumas horas pelo governo para facilitar a retirada dos moradores e o trabalho das equipes de emergência.

Em consequência da emergência, o presidente do Chile, Gabriel Boric, decretou na sexta-feira o estado de emergência por catástrofe, para ter "todos os recursos necessários" para apagar as chamas.

Em dezembro de 2022, a mesma região de Valparaíso sofreu fortes incêndios florestais, que costumam ser intencionais, segundo relatórios oficiais.

O fogo também se espalha rapidamente, devido à construções em áreas não autorizadas.

"Sem precedentes"

A prefeita de Viña del Mar, Macarena Ripamonti, ficou surpresa com a magnitude dos incêndios.

"Estamos diante de uma catástrofe sem precedentes, uma situação dessa envergadura nunca tinha acontecido na região de Valparaíso. São mais de cinco focos simultâneos, e o setor mais afetado é, novamente, Viña del Mar", observou.

As rotas para essas praias do Pacífico foram fechadas na sexta-feira depois do meio-dia, e vários focos de incêndio se expandiram muito rapidamente. As chamam queimam zonas povoadas, onde colapsaram as rotas alternativas de milhares de pessoas que tentavam deixar a área.

Segundo relatório da Corporação Nacional Florestal (CONAF), o maior incêndio florestal é na Reserva Lago Peñuelas, próxima à principal rodovia para a região, que queimou mais de 7.000 hectares.

O segundo incêndio mais importante ocorre em La Aguada, comuna de La Estrella, região de O'Higgins, no centro do país, que destruiu 4.084 hectares.

Uma onda de calor com temperaturas máximas assola atualmente o Cone Sul-Americano, onde o fenômeno climático natural El Niño é agravado pelo aquecimento global provocado pela atividade humana, segundo especialistas.

Os alertas emitidos pelo persistente calor sufocante estão em vigor a partir desta semana e, na próxima, em áreas da Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil, além do Chile.

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