Incêndio em Hong Kong, um dia após o começo das chamas, no dia 27 de novembro (Dale De La Rey/AFP)
Repórter
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 13h59.
Os bombeiros de Hong Kong continuavam a procurar nesta quinta-feira (27) por quase 300 pessoas desaparecidas após o grande incêndio que destruiu um complexo de arranha-céus residenciais e provocou pelo menos 75 mortes e 76 feridos, dos quais 11 são bombeiros, no pior desastre em décadas no território.
O incêndio começou na tarde de quarta-feira 27 em um complexo residencial de oito torres e 2.000 apartamentos. A tragédia deixou a cidade, que tem alguns dos conjuntos habitacionais mais densamente povoados do mundo, assolada pelo luto. O fogo ainda era visível na tarde de quinta-feira em algumas janelas, enquanto os bombeiros trabalhavam para controlar as chamas.
As autoridades afirmaram que os incêndios em quatro das oito torres de apartamentos já foram apagados e as chamas em outros três edifícios estão "sob controle". O arranha-céu restante não foi afetado.
Além disso, centenas de pessoas se reuniram nas ruas próximas e em áreas públicas para organizar a ajuda aos moradores afetados e aos bombeiros.
As chamas começaram nos tradicionais andaimes de bambu que cercavam os edifícios de 31 andares do complexo Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, na zona norte, que passava por reformas.
Vários moradores do complexo disseram à AFP que não ouviram nenhum alarme de incêndio e que seguiram de porta em porta para alertar os vizinhos sobre o perigo.
"Tocar a campainha, bater nas portas, alertar os vizinhos, dizer que deveriam sair... foi assim que aconteceu", disse um homem que se identificou como Suen.
"O fogo se propagou muito rapidamente", acrescentou o morador.
O prefeito de Hong Kong, John Lee, anunciou durante a madrugada que 279 pessoas estavam desaparecidas, mas os bombeiros informaram mais tarde que haviam estabelecido contato com algumas delas.
Além disso, o consulado da Indonésia anunciou que duas vítimas fatais eram do país e trabalhavam como empregados domésticos.
Durante as primeiras horas da emergência, partes de andaimes carbonizados caíram dos blocos residenciais em chamas e era possível observar os apartamentos tomados pelo fogo.
Derek Armstrong Chan, vice-diretor de operações dos bombeiros, disse que a temperatura no local era "muito elevada".
"Em alguns andares, não conseguimos chegar às pessoas que pediam ajuda, mas continuamos tentando", disse Chan. Ele acrescentou que o fogo provavelmente se propagou de um edifício a outro devido ao vento e às cinzas.
O presidente chinês, Xi Jinping, expressou condolências às famílias e "pediu que se faça todo o possível para extinguir o incêndio e minimizar as vítimas e as perdas", informou o canal estatal CCTV.
Durante a tarde de quinta-feira, alguns moradores dos blocos adjacentes que precisaram abandonar seus apartamentos por precaução foram autorizados a retornar para suas casas.
Os incêndios mortais foram por anos um problema habitual na densamente povoada Hong Kong, em particular nos bairros mais pobres.
Nas últimas décadas, no entanto, as medidas de segurança foram reforçadas e os incêndios se tornaram menos frequentes.
Com Informações da AFP