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Incêndio em Los Angeles ultrapassa limites humanos para ser extinto, adverte FAO

Chamas se alastram pela cidade há mais de uma semana e já destruíram mais de 40 mil hectares, além de causar a morte de 25 pessoas

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 12h45.

Última atualização em 16 de janeiro de 2025 às 13h10.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) advertiu que os incêndios em Los Angeles ilustram “os limites” dos seres humanos para “extinguir incêndios catastróficos” e pediu esforços para se concentrar na prevenção, o que reduziria não apenas os riscos, mas também os custos associados.

“A previsão é de que haverá mais incêndios, de maior intensidade, escala e duração”, disse hoje à Agência EFE Amy Duchelle, líder da equipe de Florestas e Mudanças Climáticas da FAO.

Duchelle explicou que o aumento da frequência e da intensidade dos incêndios é uma das consequências da mudança climática e das alterações no uso da terra, que provocaram incêndios devastadores nos últimos anos em Brasil, Colômbia, Bolívia, Canadá e, mais recentemente, em Los Angeles.

“O aumento da frequência e da intensidade dos incêndios é uma das consequências da mudança climática, mas também a acelera ao liberar grandes quantidades de carbono que reforçam esse ciclo”, acrescentou.

No caso de Los Angeles, a extinção dos incêndios se tornou impossível devido à sua magnitude, com destaque para os limites da resposta humana tradicional a esses desastres.

Prevenção como ponto central

Embora os humanos usem o fogo há milênios, o que está mudando é a sua intensidade e duração, disse Duchelle.

Portanto, a FAO está pedindo uma mudança de paradigma na forma como os incêndios são gerenciados, de uma abordagem focada na supressão para uma orientada para estratégias de prevenção.

“A gestão de incêndios deve ser algo em que pensamos o tempo todo, durante todo o ano, e não apenas em meses específicos”, declarou, além de destacar que a mudança climática também está apagando o conceito de estações ou meses de incêndios.

O modelo de gerenciamento integrado de incêndios proposto pela FAO defende cinco elementos principais: análise e compreensão dos contextos de incêndios, redução de riscos por meio do gerenciamento sustentável de florestas e paisagens, preparação para uma resposta eficaz, resposta propriamente dita e recuperação, que pode ser cara e demorada.

Duchelle frisou que, atualmente, a maior parte da atenção e do financiamento está concentrada na resposta e na recuperação, duas etapas que envolvem “muitos custos” que poderiam ser revertidos se os esforços fossem concentrados nas etapas anteriores ao início dos incêndios, para “reduzir não apenas os riscos, mas também os custos”.

Importante papel dos povos indígenas

A representante da FAO destacou o “importante papel” das comunidades tradicionais e dos povos indígenas na prevenção de incêndios, devido ao seu “conhecimento tradicional de como gerenciar o fogo” e sua capacidade de “se adaptar às condições atuais”.

Duchelle enfatizou que as organizações internacionais deveriam “aprender com eles” e dar-lhes parte da liderança no gerenciamento de incêndios.

“É um problema global, regional, nacional e local, e precisamos que todos trabalhem juntos em parceria para enfrentá-lo”, completou.

Com esse objetivo em mente, a FAO lançou o Centro Global de Gerenciamento de Incêndios, o Firehub, em 2023, com a missão de fortalecer as capacidades globais para reduzir as consequências negativas do fogo.

Esse órgão visa promover o compartilhamento de conhecimento entre os membros, melhorar os sistemas de avaliação e alerta precoce e apoiar as políticas públicas de gestão de incêndios.

Além disso, de acordo com a especialista, outro grande desafio é entender as implicações no longo prazo da poluição causada pela fumaça dos incêndios, “especialmente para as comunidades mais vulneráveis”, o que tem sérios efeitos sobre a saúde humana, particularmente para aqueles que “não podem deixar as regiões afetadas”.

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