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Incêndio em hospital na Índia mata 13 pacientes com covid-19

O acidente ocorre em meio a uma crise sem precedentes no sistema de saúde indiano, que opera no limite de sua capacidade de atendimento

 (Anushree Fadnavis/Reuters)

(Anushree Fadnavis/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de abril de 2021 às 09h34.

Última atualização em 23 de abril de 2021 às 12h03.

Um incêndio matou 13 pacientes com covid-19 em um hospital na Índia nesta sexta-feira, 23, segundo o corpo de bombeiros local. O acidente ocorre em meio a uma crise sem precedentes no sistema de saúde indiano, que opera no limite de sua capacidade de atendimento e sofre com a falta de oxigênio medicinal.

O fogo, já controlado, atingiu a ala de UTI do hospital Vijay Vallabh, localizado a cerca de 70 quilômetros de Mumbai. A investigação sobre a origem do incêndio aponta para uma provável explosão no sistema de ventilação. Segundo o CEO do hospital, Dilip Shah, outros pacientes que precisavam de oxigênio foram transferidos para unidades de saúde próximas.

Este é apenas o mais recente acidente envolvendo pacientes com coronavírus na Índia. Na quarta-feira, 21, outros 24 internados com covid morreram devido a um vazamento de oxigênio em um hospital em Nashik, outra cidade no Estado de Maharashtra.

Recorde de casos

A Índia registrou 314.835 novos casos de covid-19 na quinta-feira, 22, o maior balanço em 24 horas registrado até agora por uma nação. A disponibilidade de leitos e o estoque de oxigênio medicinal tornaram-se escassos no país, enquanto grandes hospitais alertam que não têm mais espaço para receber pacientes.

A nova onda da covid-19 é atribuída sobretudo a uma "dupla mutação" do vírus, mas se deve também à recente celebração de grandes eventos. Especialistas em saúde dizem que a Índia se tornou complacente durante o inverno, quando os casos diários estavam em torno de 10 mil e pareciam sob controle.

"Os indianos baixaram a guarda coletiva. Em vez de serem bombardeados com mensagens que os alertassem para continuar vigilantes, o governo agiu como se tivesse vencido a guerra e suspendeu restrições", escreveu o pneumologista Zarir F. Udwadia no jornal Times of India.

A companhia Max Healthcare, que administra uma rede de hospitais no norte e oeste da Índia, usou o Twitter para fazer um apelo sobre suprimentos de emergência em suas instalações nesta sexta-feira. "SOS: temos suprimentos de oxigênio para menos de uma hora nos hospitais Max Smart e Max Hospital", escreveu a empresa.

Os voos provenientes da Índia foram proibidos no Canadá, Grã-Bretanha, Emirados Árabes Unidos e Cingapura. A Grã-Bretanha disse que encontrou mais 55 casos da variante indiana, conhecida como B.1.617, em seu último balanço semanal, elevando o total de casos confirmados e sob investigação ??da mutação em seu território para 132. 

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