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Incêndio em hospital da Índia mata 89 pessoas

Autoridades querem saber a causa do fogo; incêndio é o segundo no hospital AMRI em três anos

Os pacientes que não conseguiam se mexer foram retirados pelas janelas (AFP / Strdel)

Os pacientes que não conseguiam se mexer foram retirados pelas janelas (AFP / Strdel)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2011 às 13h34.

Calcutá - Oitenta e nove indianos morreram nesta sexta-feira em um gigantesco incêndio no hospital de Calcutá, anunciou a polícia, e as autoridades denunciaram ainda que alguns funcionários abandonaram os doentes que dormiam no momento da tragédia.

Segundo as primeiras informações, o fogo começou por volta das 03H00 local no subsolo do hospital e se propagou rapidamente para os andares superiores do prédio. Mais de 160 pacientes dormiam no hospital particular AMRI. Ainda não se sabe a causa do incêndio.

Os bombeiros informaram que a maior parte das vítimas morreu por asfixia.

O vice-presidente do hospital, S. Upadhayay disse que uma investigação para determinar a origem do sinistro já está em curso.

Por volta das 09H00, o fogo foi praticamente controlado, mas muita fumaça ainda saía das janelas quebradas, enquanto os bombeiros se esforçavam para resgatar as pessoas que ainda estavam presas no edifício.

Os pacientes impossibilitados de se movimentar foram evacuados por meio de cordas e polias.

Este é o segundo incêndio em três anos neste hospital. A chefe do governo do estado de Bengala Ocidental, do qual Calcutá é capital, Mamata Banerjee, prometeu uma investigação completa.

Ela assegurou que medidas "severas" serão tomadas em caso de ser confirmado violação das normas de segurança e prevenção em matéria de incêndio. Ela ordenou a anulação imediata da licença do hospital.

O ministro local encarregado pela Saúde pública, Subrata Mukherjee, afirmou que membros superiores na hierarquia da equipe do hospital fugiram logo no início do incêndio, abandonando pacientes, incluindo muitos idosos, e enfermeiros.

"É apavorante pensar que as autoridades hospitalares não fizeram nenhum esforço para salvar os pacientes presos", denunciou aos jornalistas.


As famílias dos pacientes assistiram com agonia a progressão do socorro.

"Minha mãe estava em uma unidade de cuidados intensivos. Ela tem 70 anos. Eu não sei se ela ainda esta viva", disse à AFP Khokin Chakravathi.

Um residente que ajudou no socorro, Badal Sikari, declarou ter visto muitos corpos sem vida, aparentemente asfixiados pela fumaça.

Os caminhões dos bombeiros tiveram dificuldades para chegar ao hospital, situado em uma rede tortuosa de ruas estreitas.

Doentes e funcionários que conseguiram escapar contaram como acordaram em uma espessa fumaça.


"Eu fiquei aterrorizada, eu não parava de gritar por ajuda", disse Jyoti Chaudhary, que foi contratada pelo hospital há uma semana.

"Finalmente, uma enfermeira me arrastou para fora do prédio e me deixou no piso térreo".

Ananya Das, 34 anos, estava no setor pós-operatório, depois de ter passado por uma intervenção cirúrgica no dia anterior, disse: "eu consegui andar até a saída e escalar uma janela. Vi muitos corpos".

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