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Imposto sobre 'superlucros' derruba ações dos bancos italianos

Medida tem objetivo de compensar o impacto do aumento das taxas de juros nas famílias e empresas

Itália: governo de Georgia Meloni teme que impostos sobre "superlucros" prejudique os exercícios fiscais de 2022 (Riccardo Fabi/NurPhoto/Getty Images)

Itália: governo de Georgia Meloni teme que impostos sobre "superlucros" prejudique os exercícios fiscais de 2022 (Riccardo Fabi/NurPhoto/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 8 de agosto de 2023 às 14h36.

As ações dos bancos italianos despencaram na Bolsa de Valores de Milão, nesta terça-feira (8), após o governo de Giorgia Meloni decidir tributar em 40% os "superlucros bilionários" do setor, gerados pelo aumento das taxas de juros.

Por volta das 17h30 no horário local (12h30 no horário de Brasília), o Intesa Sanpaolo perdia 8,6%; o Unicredit caía 5,9%; o Monte dei Paschi di Siena, 10,2%; o Bper Banca, 10,6%; e o Banco Bpm, 8,9%, em um mercado que costumava ter quedas de 2,10%.

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O declínio ocorreu depois que o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, anunciou a aplicação de um imposto aos bancos, a fim de compensar o impacto do aumento das taxas de juros nas famílias e empresas.

Decidida pelo Banco Central Europeu (BCE) para conter a inflação, a elevação da taxa de juros fez os lucros das instituições financeiras dispararem e "provocou um aumento do custo do dinheiro para as famílias e empresas", explicou Salvini, após uma reunião do governo em Roma.

"Não se trata de alguns milhões, mas de vários bilhões. É uma medida de equidade", acrescentou o líder da Liga, um partido de extrema direita na coalizão governamental liderada por Giorgia Meloni.

O imposto sobre os "superlucros" dos bancos, que deve ser pago antes de junho de 2024, afetará os exercícios fiscais de 2022 ou 2023, disse à AFP uma fonte do governo.

No que diz respeito a 2022, a taxa de 40% será aplicada sobre o lucro líquido obtido pelas altas dos juros superiores a 5%, na comparação com 2021; e, no caso de 2023, as que forem 10% acima do ano de referência, acrescentou a nota oficial.

Divulgadas hoje à tarde, essas diretrizes suavizam as medidas anunciadas na noite de segunda, que fixavam os limites em 3%, em relação a 2022, e 6%, a 2023.

Assim como seus concorrentes europeus, os bancos italianos viram seu lucro líquido aumentar, graças aos juros, mas sem elevar a remuneração das contas correntes de seus clientes.

O principal banco do país, o Intesa Sanpaolo, registrou um aumento de 80% em seu lucro líquido, a 4,2 bilhões de euros (em torno de R$ 22,6 bilhões), e seu concorrente UniCredit, lucro líquido semestral de 4,4 bilhões de euros (R$ 23,8 bilhões).

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