Mundo

Importação de diesel pode dobrar até 2014, diz Petrobras

Atualmente, a importação do combustível usado em veículos pesados, como caminhões, está entre 150 mil e 160 mil barris por dia


	Plataforma da Petrobras: o diesel responde por quase um terço da receita da Petrobras
 (Ari Versiani/AFP)

Plataforma da Petrobras: o diesel responde por quase um terço da receita da Petrobras (Ari Versiani/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2012 às 23h27.

Rio de Janeiro - A importação de diesel pode dobrar até 2014 em relação aos níveis atuais e depois cair, com a entrada em operação de novas refinarias, disse nesta quarta-feira o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza.

Atualmente, a importação do combustível usado em veículos pesados, como caminhões, está entre 150 mil e 160 mil barris por dia (bpd) e deverá passar para entre 280 mil e 300 mil bpd em 2014, revelou Cosenza.

Falando a jornalistas, para detalhar o plano de investimentos da empresa para o período 2012-2016, Cosenza ressaltou que a importação de diesel cairá a partir da entrada em funcionamento de novas refinarias situadas no Rio de Janeiro e Pernambuco.

"Em 2014, estamos falando em 300 mil barris, e 2015 e 2016 na faixa de 100 mil (importação de diesel). Isso (vai cair) porque temos a entrada de duas plantas importantes que são Rnest (Abreu e Lima) e Comperj (Complexo Petroquímico do Rio)", afirmou ele.

A Abreu e Lima, cujo custo pode chegar a 20 bilhões de dólares, nove vezes o valor inicial estimado, tem início das operações projetado para novembro de 2014 --o custo da refinaria pernambucana, também conhecida como Rnest, subiu devido a aditivos de contratos e atraso de equipamentos, entre outros motivos, segundo o diretor.


O Comperj operações previstas para iniciar em abril de 2015, disse ele.

A Petrobras está fazendo esforços para antecipar operações das refinarias Premium 1 (no Maranhão) e Premium 2 (no Ceará), de 2018 para 2017 --a primeira já tem licença de instalação, enquanto a segunda tem problemas de disponibilidade de terreno.

O diesel responde por quase um terço da receita da Petrobras, o que indica que as importações do derivado continuarão tendo impacto no balanço da estatal, caso não seja reduzida a defasagem nos preços domésticos em relação aos internacionais, uma meta da diretoria que assumiu no início do ano.

A estatal registrou prejuízo de 1,34 bilhão de reais no segundo trimestre de 2012, o primeiro em mais de 13 anos, em parte devido às compras de combustíveis no exterior.

Gasolina - Em relação à gasolina, também haverá crescimento de compras no exterior, mas a companhia conta com uma recuperação da produção de etanol e uma elevação da mistura do biocombustível para reduzir importações, uma vez que as novas refinarias não estão sendo projetadas para fabricar gasolina.

"A gasolina é cerca de 90 a 100 mil por dia em 2014, 2015 e 2016 (importação)... a partir de 2013 consideramos a volta a pleno do álcool com 25 por cento na gasolina", comentou.

"A gente está jogando que na próxima safra já vai ter valores históricos de mistura de etanol na gasolina. É claro, evidente (que isso reduz a importação de gasolina)." Atualmente, as importações de gasolina estão entre 70 mil a 80 mil barris/dia. As compras do derivado aumentaram 13 por cento no último semestre.


Nesta quarta-feira, uma autoridade do Ministério de Minas e Energia afirmou que uma decisão sobre o aumento da mistura de etanol na gasolina pode ser tomada ainda este ano.

"Estamos trabalhando com a recuperação de biocombustível na gasolina (aumento de etanol na mistura), achamos que isso é fundamental para o país, não só pela redução da importação, mas também pelo aumento da qualidade do combustível (etanol é menos poluente)", afirmou Cosenza.

O Ministério de Minas e Energia calcula que a importação brasileira de gasolina entre 2015 e 2020 poderá custar 58 bilhões de reais ao país, caso não haja aumento na oferta do combustível.

Para atender a forte demanda de combustíveis e elevar a produção com as refinarias existentes, a Petrobras realizou investimentos de 11 bilhões de dólares nas unidades, segundo apresentação do diretor.

Com isso, a produção de gasolina subiu 44 mil barris por dia e a de diesel 37 mil barris/dia no primeiro semestre.

"Estamos fazendo um grande esforço na área de gestão dos ativos no sentido de minimizar a importação de derivados", afirmou.

As ações da Petrobras fecharam em baixa de 0,6 por cento, enquanto o Ibovespa encerrou em queda de 1,7 por cento.

Acompanhe tudo sobre:BiocombustíveisCapitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoÓleo dieselPetrobrasPetróleo

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia