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Imperador Naruhito proclama ascensão ao trono japonês

Cerimônia foi realizada no Palácio Imperial de Tóquio e contou com a presença de 2 mil convidados, entre eles o presidente Bolsonaro

Japão: por conta da cerimônia, hoje foi declarado feriado nacional (Cabinet Office of Japan/Reuters)

Japão: por conta da cerimônia, hoje foi declarado feriado nacional (Cabinet Office of Japan/Reuters)

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EFE

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 09h28.

Tóquio — O imperador Naruhito, do Japão, proclamou nesta terça-feira a ascensão ao Trono do Crisântemo em cerimônia celebrada no Palácio Imperial de Tóquio diante de convidados de todo o mundo, entre eles o presidente Jair Bolsonaro, e que ofereceu uma incomum aproximação aos ritos da milenar dinastia japonesa.

Em um dia chuvoso e declarado feriado nacional, o novo imperador japonês protagonizou uma cerimônia solene de 30 minutos de duração que encerra os principais atos da entronização após herdar o posto do pai, Akihito, em maio deste ano.

O grande momento do ato foi quando se abriram as cortinas do trono, mostrando assim um Naruhito vestido com o traje cerimonial marrom avermelhado que só os imperadores podem vestir.

Este trono octagonal, usado desde o século VIII em cerimônias de entronização e decorado com um dossel de 6,5 metros de altura, situava-se no centro do "Matsu no Ma", o principal espaço do Palácio Imperial, onde só os membros da família imperial japonesa puderam presenciar o ato de perto.

Em outro trono, mais baixo que o do imperador, estava a imperatriz Masako - que ainda se recupera de uma longa depressão causada por estresse -, vestida com um quimono de doze camadas com tons pálidos e avermelhados que evocam o sol no seu auge.

A cerimônia ocorreu em silêncio absoluto, partido apenas pelos toques de instrumentos tradicionais que marcavam os tempos e pelo discurso do imperador, que foi seguido dos tradicionais "banzai" ("vida longa" ao imperador) gritados pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe, e pelas salvas de tiros.

"Agora, nesta cerimônia, faço a proclamação de entronização diante dos que estão dentro e fora do Japão", disse Naruhito, que também se comprometeu a cumprir as funções constitucionais, limitadas a ser "símbolo da nação"e "união do povo japonês".

O imperador também dedicou palavras ao pai e à felicidade "do povo japonês e à paz do mundo", durante uma cerimônia histórica transmitida ao vivo pela emissora estatal "NHK".

Os cerca de 2.000 convidados, entre eles representantes políticos japoneses e internacionais, contemplaram o ato de outros setores do palácio, através de vidraças do outro lado do pátio do Palácio Imperial ou de telas, devido ao reduzido tamanho do salão principal.

O programa de celebrações continuará nesta tarde, com um coquetel e um banquete de gala no Palácio, onde os convidados terão a oportunidade de estar com os imperadores.

A expectativa dos japoneses e o interesse midiático para o evento realizado a portas fechadas no Palácio foram menores do que quando Naruhito chegou ao posto, em 1º de maio, ato que também estabeleceu o início de uma nova era no calendário japonês, a Reiwa, dando fim à era Heisei.

Alguns curiosos equipados com guardas-chuvas ficaram do lado de fora do Palácio Imperial para observar a passagem dos carros oficiais e das forças de segurança.

A programação desta terça-feira incluía inicialmente uma caravana na qual Naruhito e Masako desfilariam em um carro conversível pelas ruas de Tóquio, mas a única chance que os japoneses tinham para ver de perto os novos imperadores foi adiada para 10 de novembro por decisão do governo após os estragos causados pelo tufão Hagibis.

A cerimônia, conhecida em japonês como "Sokuirei Seiden no gi", seguiu o mesmo padrão das realizadas para a ascensão ao trono de Akihito, em 1990, e de Hirohito, em 1928, embora esta última tenha acontecido em Kioto e sem muitos convidados estrangeiros.

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