Um grupo manisfestou interesse em ir para a França, depois que o governo francês disse que pode acolhê-los (Borja Suarez/Reuters)
EFE
Publicado em 18 de junho de 2018 às 10h15.
Valência - Os 630 imigrantes do navio Aquarius que chegaram ontem ao porto de Valência, na Espanha, após serem resgatados dias antes no Mar Mediterrâneo assinaram pedidos de asilo neste país.
Além disso, um grupo manifestou sua intenção de ir para a França depois que soube que o governo francês se ofereceu para acolhê-los.
Essas informações foram divulgadas nesta segunda-feira para a Agência Efe por Ester Sanchis, que pertence à Ordem dos Advogados de Valência (ICAV, na sigla em espanhol), entidade que ontem ofereceu 70 profissionais especializados em imigração para oferecer atendimento aos imigrantes no porto.
Os pedidos de asilo permitem que os imigrantes possam permanecer por 45 dias, de forma extraordinária e devido a razões humanitárias, em território espanhol.
"Ontem, (os imigrantes) fizeram pedidos de asilo, que agora devem ser formalizados para que depois (eles) passem por uma entrevista especial com a Polícia Nacional, depois de serem assessorados por um advogado", acrescentou Sanchis.
A Ordem dos Advogados de Valência, após tomar conhecimento da chegada à cidade espanhola dos imigrantes do Aquarius, fez um pedido aos seus associados para que colaborassem na assessoria jurídica.
A assessoria foi feita com grupos de aproximadamente dez pessoas, e não em nível individual, para "agilizar o processo e para que estas pessoas não sofressem mais do que já sofreram", disse a advogada, que comentou que, durante este processo, os imigrantes contaram com o acompanhamento de um intérprete cedido pelas autoridades locais.
Ao assinarem o pedido, e com isso a sua intenção de solicitar asilo, os imigrantes "já não podem ser expulsos", por isso não podem ser levados a um Centro de Internamento de Estrangeiros (CIE).
Os imigrantes foram resgatados há dias no Mediterrâneo pelo navio Aquarius, da ONG francesa SOS Méditerranée chegaram à Espanha depois que o governo local se ofereceu para acolhê-los diante da recusa das autoridades de Itália e Malta, um situação que deixava estas pessoas à deriva e em difícil situação.