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Imigrantes de navio abandonado chegam à Itália

Um total de 360 imigrantes desembarcaram neste sábado e foram encaminhados para centros assistenciais

Marinha italiana em operação de salvamento de imigrantes em 17 de novembro de 2014
 (AFP/Marinha Italiana)

Marinha italiana em operação de salvamento de imigrantes em 17 de novembro de 2014 (AFP/Marinha Italiana)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2015 às 10h45.

Corigliano - Um total de 360 imigrantes desembarcaram neste sábado na Calábria, sul da Itália, no navio de carga "Ezadeen" e foram encaminhados para centros assistenciais.

Em um primeiro momento, a marinha militar italiana, que retomou o controle do navio abandonado pelos tripulantes, disse que havia 450 imigrantes no "Ezadeen", um cargueiro privado de eletricidade. O número real foi de 360 pessoas: 232 homens, 54 mulheres e 74 menores, todos em bom estado de saúde.

Desde o dia 20 de dezembro, três cargueiros com cerca de 2.000 pessoas a bordo, na maioria sírios, chegaram à costa italiana.

O último deles, o "Ezadeen", chegou na noite de sexta-feira, às 23H00 do horário local (22H00 GMT) ao porto calabrês de Corigliano, encerrando uma odisseia iniciada em Tartus, na Síria, e que deveria terminar em Sète, no sul da França, de acordo com o site Marinetraffic.

O navio foi localizado na noite de quinta-feira, em dificuldade. a cerca de 150 km de Crotone, um porto da Calábria.

Os passageiros do barco foram levados a vários centros de assistência, fora da região da Calábria.

No dia de Ano Novo, cerca de 800 pessoas desembarcaram em Gallipoli, na região de Apulia, ao norte da Calábria, a bordo de outro cargueiro, o "Blue Sky M", que zarpou da Turquia. Em 20 de dezembro, outros 800 imigrantes também desembarcaram de um cargueiro vindo da Turquia.

Uma tendência inquietante 

"A utilização de navios mercantes é uma nova tendência, no contexto de uma situação que nunca deixou de existir e que os governos europeus não podem mais ignorar", declarou Vincent Cochetel, diretor do ACNUR, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

Na sexta-feira, um porta-voz da União Europeia prometeu que em 2015 será dada prioridade à luta contra os traficantes que recorrem a "novos meios" para forçar a entrada de imigrantes em países do bloco.

O modus operandi dessas operações parece idêntico. Os traficantes de pessoas fretam um barco, com centenas de imigrantes, na maioria sírios, que fogem da guerra civil que assola o país. Uma vez no mar, o barco é abandonado quando chega perto da costa. Os imigrantes ou os próprios traficantes entram em contato com as autoridades marítimas, que então intervêm para levar o navio a um porto seguro.

Cobrando entre 1.000 e 2.000 dólares por pessoa, uma viagem como a do "Blue Sky M" pode dar aos traficantes mais de um milhão de dólares, quantia de sobra para financiar o frete do barco e sua tripulação, com grande margem de lucro, explica a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

As autoridades italianas estão preocupadas com a nova tendência, que se confirmada poderá aumentar o fluxo de imigrantes que chegam ao país.

Mais de 160.000 imigrantes em situação clandestina chegaram à Itália em 2014.

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