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Imigração para o Chile cresce com maior fluxo de vizinhos

País mais rico da América Latina atraiu trabalhadores de países como o Peru, a Colômbia e a Espanha


	Santiago do Chile: imigração para o país cresceu 24 por cento no passado
 (Chile/Wikimedia Commons)

Santiago do Chile: imigração para o país cresceu 24 por cento no passado (Chile/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 23h39.

Santiago - A imigração para o Chile cresceu 24 por cento no passado, pois o país mais rico da América Latina atraiu trabalhadores de países como o Peru, a Colômbia e a Espanha, relaxando a pressão sobre os salários graças à queda da taxa de desemprego.

O número de pessoas que obtiveram residência temporária ou permanente aumentou para 158.128 em 2013 de 127.362 no ano anterior, segundo um relatório do Departamento de Imigração.

Os peruanos representaram 57.818 dos recém-chegados, com 30.137 colombianos e 5.739 espanhóis, quase o dobro do que no ano anterior.

O fluxo de entrada de estrangeiros representou boa parte da adição de 183.240 pessoas à força de trabalho no ano passado, ajudando a manter o crescimento dos salários em 5,5 por cento nos 12 meses, disse Hermann González, economista da unidade local do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria SA da Espanha.

O governo montará uma comissão para coordenar políticas de imigração pelo grande crescimento dos números, disse neste mês o Ministério do Interior.

“A imigração contribuiu para o crescimento econômico até o ano passado, quando houve uma grande demanda por trabalhadores”, disse González ontem em entrevista por telefone. “Eles ajudaram a deter os aumentos salariais, que poderiam ter sido maiores sem eles”.

A taxa anual de inflação caiu para o valor recorde de 0,9 por cento em maio do ano passado, mesmo depois que a economia se expandiu 4,9 por cento no primeiro trimestre em relação ao ano anterior. A inflação acelerou para 4,7 por cento em maio, pois o Banco Central reduziu taxas de juros e o peso chileno se enfraqueceu.

Desemprego

O desemprego caiu para o pico negativo de 5,7 por cento no segundo semestre do ano passado frente a 9,7 por cento no final de 2009, antes de subir para 6,3 por cento nos três meses encerrados em maio.

A taxa de desemprego subiu porque o crescimento econômico desacelerou para 2,6 por cento no primeiro trimestre.

Embora a imigração nos últimos dez anos tenha sido dominada pelos peruanos, atualmente bolivianos e colombianos estão tendo um papel mais importante.

O Chile também está atraindo mais pessoas do mundo desenvolvido, como os EUA, que contribuíram com 3.756 imigrantes no ano passado, e a Espanha.

O impacto exato sobre a força de trabalho é difícil de estimar, já que o relatório não fornece cifras sobre quantos desses imigrantes são dependentes. Os estudantes não representam uma proporção significativa, conforme o relatório.

Riqueza atraente

O Chile está atraindo imigrantes após se tornar a nação mais rica da América Latina, com uma renda per capita, baseada na paridade do poder aquisitivo, de US$ 19.887, segundo o FMI. A cifra se compara com US$ 11.735 no Peru e US$ 11.730 na Colômbia.

O país latino-americano também está atraindo imigrantes do sul da Europa, que está estagnado em uma recessão econômica.

Íñigo Martínez diz que ele não pensou duas vezes antes de se mudar para Santiago em 2011, ano em que a taxa de desemprego da Espanha ultrapassou 22 por cento, conquanto não tivesse um emprego esperando-o.

Hoje, Martínez é gerente de marcas de uma divisão de luxo da Cencosud SA, a maior varejista do Chile segundo vendas. Ele comprou uma casa e não tem planos para voltar à Europa. Muitos dos seus amigos o seguiram, disse ele.

O crescimento da imigração se dá em paralelo com a desaceleração do crescimento da população do Chile em comparação com seus vizinhos latino-americanos.

O país teve uma taxa de nascimentos de 14,1 por 1000 em 2012, segundo a Organização Mundial da Saúde, comparado com 20 no Peru, 19,1 na Colômbia e 16,9 na Argentina.

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