Vista de maior porto nas Ilhas Faroe: últimas pesquisas apontam que o liberal Partido Unionista de Kach Leo Johannesen, presidente desde 2008, perderia o poder para o Partido Social-Democrata (Bloomberg / John Lauerman)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2015 às 10h18.
Copenhague - As Ilhas Faroe, território autônomo da Dinamarca, realizam na terça-feira eleições regionais com a pesca, a reforma tributária e o autogoverno como temas centrais das campanhas.
As últimas pesquisas apontam que o liberal Partido Unionista de Kach Leo Johannesen, presidente desde 2008, perderia o poder para o Partido Social-Democrata, embora a igualdade entre as quatro primeiras formações indicada pelas enquetes obrigaria pactos para que se possa governar.
As Faroe enfrentam a melhor situação econômica dos últimos tempos com um crescimento médio de 5% desde 2011, assentado na pesca, principal recurso destas ilhas do Atlântico Norte e que despertou o debate sobre a necessidade de uma repartição mais equitativa das cotas de captura e de uma maior carga fiscal.
Embora a Dinamarca seja membro da União Europeia, as Faroe não são e aproveitaram o conflito entre a UE e Rússia para multiplicar suas vendas de pescado para os soviéticos.
As perspectivas econômicas deram um novo impulso às correntes independentistas, como Os Republicanos, terceira força política atual e que propõe a convocação, no ano que vem, de um referendo sobre a independência das ilhas, uma opção que os social-democratas não apoiam, embora peçam mais autonomia.
Este arquipélago de 18 ilhas com uma população de quase 49 mil habitantes tem desde 2005 um regime autônomo que deixa unicamente em mãos da Dinamarca os assuntos exteriores, de defesa e jurídicos.
Ao contrário da Groenlândia, o outro território autônomo dinamarquês, a subvenção anual de Copenhague tem um peso menor na economia local, apenas 4% frente a 33%.
As Faroe gozam de autonomia há várias décadas, desde 1948, dois anos depois que a Dinamarca se negou a reconhecer o resultado de um referendo sobre a independência no qual o "sim" tinha derrotado o "não" por estreita margem.