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Ilha tropical das Filipinas abriga 'savana africana'

Reserva de Calauit imita a natureza africana em uma ilha no meio do Pacífico; local foi criado por um antigo ditador do país

Zebras e Girafas são os destaques do local atualmente (Wikimedia Commons)

Zebras e Girafas são os destaques do local atualmente (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2012 às 09h32.

Calauit, Filipinas- Reunir a fauna da savana africana em uma pequena ilha tropical das Filipinas foi uma das extravagantes ideias do ditador Ferdinand Marcos, embora esta 'reserva' exista até os dias de hoje.

Algumas girafas, zebras e antílopes formam o legado deixado em Calauit pelo falecido líder filipino, que chegou a expulsar os moradores da região e acabar com as plantações de cana-de-açúcar para tornar seu sonho ainda mais real.

Esta reserva ecológica, que há 35 anos se transformava em um modelo para a adaptação da fauna africana no Sudeste Asiático, é atualmente o protótipo de um zoológico que condena os animais à morte por sua falta de aclimatação e pelo entorno hostil.

O ditador, que morreu em 1989, sempre sustentou que seu único propósito era salvar os animais da sangrenta guerra civil que ocorria no Quênia naquela época.

No entanto, com a passagem do tempo, o sonho do ditador se transformou em um bom negócio, com a organização de safáris para filipinos, já que o local conta com uma área de 38 quilômetros quadrados.

A bordo de uma 'arca de Noé', fretada em 1977, 15 girafas, 15 zebras, 12 gazelas, 20 impalas e várias espécies de antílopes chegaram à ilha asiática.

'Nunca pensamos em trazer animais predadores porque o espaço é reduzido', explica à Agência Efe Froilán Sariego, administrador do parque, local onde começou a trabalhar logo após a inauguração.

Depois de mais de três décadas, não há nem mais os rastros dos antílopes, das gazelas e dos impalas, que foram morrendo na disputa pelo território.

'As primeiras a desaparecer foram as gazelas que não conseguiram procriar porque brigavam com os impalas pelo habitat. A ilha era pequena demais para as duas espécies', explica Sariego.


Segundo o empregado da reserva, na sequência, 'desapareceram um antílope similar a uma cabra, porém, maior. A última espécie que sucumbiu foi o impala, vítima do homem que ilegalmente foram viver na ilha.

Agora, os antílopes que sobreviveram disputam espaço com centenas de cervos, enquanto 44 zebras e 19 girafas sobreviventes despertam a atenção de milhares de visitantes que chegam à ilha a cada ano.

'Os animais que existem atualmente nasceram em Calauit', comenta com orgulho Florante, um dos guias do parque. Aliás, o parque já chegou a contar com 300 empregados na época de sua inauguração, porém, atualmente conta apenas com 30.

'Não temos nem um veterinário permanente. Seria difícil convencer algum deles com o salário que o Governo oferece', lamenta Sariego.

Um grupo de turistas, a bordo de uma caminhonete, contempla com alvoroço o movimento das zebras na planície. Mas, se abrirmos espaço para a imaginação, a reserva até pode parecer com uma paisagem queniana, embora mais por distração do que por vontade dos gerentes desta reserva.

As pessoas responsáveis pelo local, certamente, deverão ter o mesmo destino dos animais que o ditador mandou trazer da África. 'Temos que dar algum estímulo para que mais turistas venham ao local. Caso contrário, o fim do parque será inviável, já que atualmente o espaço não é sustentável economicamente', lamenta Sariego. 

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