Catedral de Uppsala, da Igreja Luterana da Suécia (Carol.sencebe/Creative Commons)
João Pedro Caleiro
Publicado em 25 de novembro de 2017 às 16h40.
Última atualização em 25 de novembro de 2017 às 16h58.
São Paulo - A Igreja da Suécia mudou a orientação em seu manual sobre o uso de termos como "Senhor" e "Ele" como sinônimos de Deus.
A reorientação foi tomada na última quinta-feira (23) após 8 dias de encontro entre os 251 membros do conselho decisório da organização.
A arcebispa Antje Jackelén, líder da Igreja, disse para a agência de notícias sueca TT que a discussão sobre uma linguagem mais inclusiva já acontece há mais de 30 anos, desde que o último manual foi publicado.
“Teologicamente, por exemplo, sabemos que Deus está além das nossas determinações de gênero, Deus não é humano".
Mas ao contrário do que vem sendo noticiado em muitos veículos, isso não significa que o termo Ele está banido, de acordo com declarações de Sofija Pedersen Videke, líder do comitê de cultos da Igreja.
"Todos que quiserem chamar 'Deus' de 'Senhor' podem ficar calmos. Ainda está lá em muitos lugares do manual. Trocamos 'Ele' por 'Deus' em um lugar, é só isso", disse para o jornal sueco The Local.
Ela explica que a nova edição dá três alternativas para se referir a Deus no início das cerimônias religiosas e que apenas uma é neutra em relação a gênero.
"O último manual é de 1986 e a nova edição é mais alinhada com a tradução sueca da Bíblia, feita em 2000. Deus está além de 'ele' e 'ela', Deus é muito mais".
A Igreja Evangélica Luterana Nacional da Suécia conta 6 dos 10 milhões de habitantes do país entre seus batizados.
As mudanças entram em efeito no dia 20 de maio, no feriado cristão de Pentecostes, que comemora o 50o dia depois da Páscoa, quando o Espírito Santo teria descido sobre os apóstolos pela primeira vez.