Mundo

Igreja Católica chinesa consagra bispos pela 1ª vez após acordo histórico

Antes do acordo, os milhões de católicos chineses se dividiram entre a Igreja controlada por Pequim e outra clandestina ligada ao Vaticano

A Igreja Católica e Vaticano romperam seus laços nos anos 1950 (AFP/AFP)

A Igreja Católica e Vaticano romperam seus laços nos anos 1950 (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 28 de agosto de 2019 às 14h18.

A Igreja Católica chinesa consagrou seus dois primeiros bispos após um histórico acordo fechado no ano passado entre Pequim e o Vaticano - anunciaram a Santa Sé e a igreja afiliada ao regime comunista.

Depois da ruptura entre a China e a Santa Sé nos anos 1950, os cerca de 12 milhões de católicos chineses ficaram divididos entre uma Igreja oficial, controlada por Pequim, e uma Igreja clandestina, fiel a Roma.

O Partido Comunista Chinês (PCC) desconfia das organizações, especialmente religiosas, que possam ameaçar sua autoridade. Por isso, criou associações estatais, às quais as religiões reconhecidas devem se filiar: protestantismo, catolicismo, budismo, taoísmo e islamismo.

Nesse contexto, a Associação Patriótica Católica da China (a Igreja oficial) anunciou que, na segunda-feira, Antonio Yao Shun, de 54 anos, foi ordenado monsenhor na diocese de Ulanqab, na Mongólia Interior (norte da China).

Em um comunicado divulgado na terça-feira à noite, Matteo Bruni, da assessoria do Vaticano, disse que a consagração foi "a primeira no âmbito do acordo provisório entre a Santa Sé e a República Popular da China".

Hoje, a instituição eclesiástica chinesa anunciou uma segunda consagração: a do monsenhor Stefano Xu Hongwei, na diocese de Hanzhong, na província de Shaanxi (norte).

Em setembro de 2018, Pequim e o Vaticano assinaram um acordo sobre a sensível questão da nomeação de bispos, que dá ao papa o direito de supervisão sobre os candidatos apresentados pela Associação Patriótica.

O papa Francisco então aceitou reconhecer a nomeação de sete bispos designados, sem sua aprovação, pelo governo chinês. A questão dos bispos reconhecidos por Roma, e não por Pequim ainda não foi totalmente resolvida, porém.

Acompanhe tudo sobre:ChinaIgreja CatólicaVaticano

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia