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Iemenitas e iraquianos entram com ação contra os EUA por vistos

A restrição de Trump impede que cidadãos sem conexões "genuínas" com os EUA do Iêmen, Irã e 4 outros países de maioria muçulmana viajem ao país

Trump:"Isto não é correto, justo, ou legal, e nós estamos dispostos a fazer o que for preciso - inclusive ir ao tribunal", disse advogada (Joshua Roberts/Reuters)

Trump:"Isto não é correto, justo, ou legal, e nós estamos dispostos a fazer o que for preciso - inclusive ir ao tribunal", disse advogada (Joshua Roberts/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de agosto de 2017 às 19h15.

Nova York  - Dezenas de iemenitas e iranianos que receberam a chance de migrarem para os Estados Unidos entraram com ação judicial contra o Departamento de Estado norte-americano nesta sexta-feira por não terem conseguido visto após a restrição de viagens temporária do presidente Donald Trump ser reintegrada.

A restrição, que foi bloqueada por tribunais inferiores antes de ser parcialmente reintegrada pela Suprema Corte em junho, impede temporariamente que cidadãos sem conexões "genuínas" com os EUA do Iêmen, Irã e quatro outros países de maioria muçulmana viajem ao país.

A decisão da Suprema Corte limitou acentuadamente o número de pessoas afetadas pela restrição. No entanto, milhares de cidadãos dos seis países que venceram uma loteria aleatória do governo dos EUA no ano passado para aplicarem ao chamado green card - que garante residência permanente nos Estados Unidos - foram deixados em um limbo.

Um email recente do governo dos EUA para vencedores da loteria ainda aguardando seus vistos alertava ser "plausível que seu caso não seja emissível" por conta da restrição de viagens de 90 dias.

No processo preenchido na Corte Distrital dos EUA em Washington, mais de 90 iemenitas e iranianos vencedores da loteria disseram que o governo dos EUA está se recusando a emitir seus vistos - vencidos sob o programa "visto de diversidade" - por conta da restrição de viagens.

"Isto não é correto, justo, ou legal, e nós estamos dispostos a fazer o que for preciso - inclusive ir ao tribunal - para lutar contra os direitos de nossos clientes", disse Esther Sung, advogada no Centro Legal Nacional de Imigração, uma das organizações representando os vencedores da loteria.

O Departamento de Estado norte-americano se negou a comentar sobre litígios pendentes.

Na ação judicial, os vencedores solicitaram o governo a processar suas aplicações de visto antes de 30 de setembro, que é quando a elegibilidade de seus green cards expira.

"Uma vaga vencedora da loteria é uma coisa rara e preciosa. Caso nossos clientes não recebam seus vistos até 30 de setembro, eles perdem o que pode ser a única chance de se tornarem americanos", disse Omar Jadwat, diretor da União Americana de Liberdades Civis. A união é outro dos grupos que lida com o processo em nome dos vencedores.

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