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Iêmen: opositores controlam prédios públicos em Sanaa

Oposição mantém violentos combates com tropas do governo do presidente Ali Abdullah Saleh.

Os enfrentamentos foram retomados na manhã desta quarta-feira pelo terceiro dia consecutivo, após uma pausa durante a noite (Ahmad Gharabli/AFP)

Os enfrentamentos foram retomados na manhã desta quarta-feira pelo terceiro dia consecutivo, após uma pausa durante a noite (Ahmad Gharabli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2011 às 20h12.

Sanaa - Seguidores de um poderoso chefe tribal, o xeque Sadek al-Ahmar, que se uniram à oposição, assumiram nesta quarta-feira o controle de vários prédios públicos de Sanaa, entre eles a agência oficial de notícias iemenita SABA, após violentos combates com tropas do governo do presidente Ali Abdullah Saleh.

Os enfrentamentos foram retomados na manhã desta quarta-feira pelo terceiro dia consecutivo, após uma pausa durante a noite, informou um colaborador da AFP.

O bairro de Al Hassba, onde morreram 38 pessoas na terça-feira, permaneceu isolado. A situação era extremamente tensa e muitos civis tentavam se esconder para se protegerem.

Partidários do xeque Sadeck al-Ahmar invadiram e tomaram o controle da agência oficial de notícias iemenita, SABA, afirmaram testemunhas.

Os rebeldes também ocuparam os escritórios da companhia nacional aérea iemenita, depois de tentarem tomar o ministério do Interior, segundo testemunhas.

"Se os homens do xeque Al-amar não se retirarem hoje (quarta-feira) dos edifícios, nós vamos obrigá-los a sair", disse à AFP um alto funcionário do governo, que pediu anonimato.

Com a perigosa situação, muitos moradores tentam sair da capital, onde hoje houve cortes no sistema de água e energia.

As pessoas estão fugindo principalmente para o sul do país, já que no caminho para o norte há guardas republicanos avisando que eles podem não ser autorizados a voltar.

As hostilidades cessaram no fim da noite de terça-feira após um apelo do presidente, Ali Abdallah Saleh, que pediu um cessar-fogo a suas tropas, ao mesmo tempo em que solicitou aos combatentes do poderoso chefe tribal que saíssem dos prédios públicos.

Na segunda-feira, os enfrentamentos que começaram no dia seguinte em que Saleh se recusou a fechar um acordo sobre uma transição pacífica do poder deixaram seis mortos.

Na manhã desta quarta-feira, o presidente americano Barack Obama pediu a saída imediata do presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, em declarações feitas em uma entrevista coletiva à imprensa em Londres.

"Pedimos ao presidente Saleh que cumpra seu compromisso de transferir o poder", disse Obama em uma entrevista coletiva à imprensa em Londres.


Durante a tarde, Sadek Al-Ahmar acusou Saleh de tentar provocar "uma guerra civil" para permanecer no poder.


Soldados iemenitas vistoriam carro em posto de controle de Sanaa, perto de praça centro de protestos contra o governo

Também nesta terça, durante uma reunião na residência do xeque, cerca de 2 mil representantes tribais, principalmente membros das duas maiores tribos do país, os Hashed e os Bakil, haviam expressado "solidaridade" a Ahmar, segundo um colaborador da AFP.

Líder do poderoso clã tribal dos Hashed, o xeique Ahmar se uniu em março à oposição, que pede pela renúncia do presidente Saleh - que também já perdeu o apoio de parte das forças armadas.

Sadek, um dos 10 filhos do falecido xeque Abdala Al-Ahmar, que foi o principal aliado de Saleh, está em condições de mobilizar mais de 10 mil homens armados, segundo fontes tribais.

O presidente iemenita ameaçou, na noite do último domingo, a oposição com uma "guerra civil" e após negar o acordo de saída da crise elaborado pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) que prevê a renúncia ao poder do atual mandatário no prazo de um mês.

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