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Ideia de complô contra Strauss-Kahn surge em novas revelações

Duas supostas ligações telefônicas ao promotor do caso informando sobre escândalos sexuais do ex-diretor do FMI teriam impedido sua liberdade imediata

A justiça americana decidiu arquivar o processo por crimes sexuais contra Dominique Strauss-Kahn (David Karp/AFP)

A justiça americana decidiu arquivar o processo por crimes sexuais contra Dominique Strauss-Kahn (David Karp/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2011 às 10h41.

Paris - A revelação de duas supostas ligações ao promotor do caso de Dominique Strauss-Kahn informando sobre escândalos sexuais do ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, o que teria impedido sua liberdade imediata, reaviva na França a teoria sobre um complô.

O jornal 'Liberation' publicou que funcionários do Ministério da Justiça e de Relações Exteriores francês ligaram ao promotor Cyrus Vance no dia seguinte que a camareira Nafissatou Diallo apresentou sua denúncia contra Strauss-Kahn, conhecido como DSK.

Nessas conversas, que o diário menciona após consultar três fontes diferentes não reveladas, trabalhadores da administração francesa sob controle da União por um Movimento Popular (conservadora, partido do presidente Nicolas Sarkozy) ofereceram a Vance outros dados sobre DSK.

De acordo com o jornal, foram transmitidas informações sobre a suposta agressão sexual do socialista francês em Paris à jornalista Tristane Banon e o suposto envolvimento de DSK com uma rede de prostituição em um hotel da cidade de Lille, na França.

As revelações, de acordo com este jornal francês de esquerda, chegaram rapidamente de Paris a Nova York e dificultaram as negociações dos advogados de Strauss-Kahn para que ele não precisasse ficar preso.

No dia seguinte da suposta agressão, a defesa de DSK acordou com a promotoria uma fiança que rondaria os US$ 250 mil (cerca de 187 mil euros) para que o então favorito nas enquetes às eleições presidenciais na França não terminasse na prisão.

Entretanto, quatro horas mais tarde, seus advogados receberam uma ligação do escritório do promotor explicando que a situação tinha mudado e que 'já não havia acordo sobre a fiança', segundo as fontes do jornal, que atribuem o golpe de governo às citadas ligações de Paris.

Finalmente, DSK ingressou na prisão nova-iorquina de Rikers Island, onde passou quatro dias em uma cela de 12 metros quadrados, que deixou após pagar US$ 1 milhão de fiança (cerca de 1,4 milhão de euros).


A revelação sobre as ligações acontece um dia após a divulgação de um vídeo pela emissora 'BFM TV' colaborar um pouco mais com a teoria da conspiração, que nas últimas semanas ressuscitou o escândalo que tinha deixado de ocupar as capas dos jornais.

A sequência, gravada pelas câmeras de segurança do hotel, mostra DSK pagando sua fatura na recepção e deixando o hotel. Depois, a camareira relata a suposta agressão ao engenheiro-chefe do Sofitel e a um guarda de segurança.

Após escutar sua história, eles chamam a Polícia para comunicar sobre a suposta agressão e passam a um cômodo diferente, onde se abraçam e dançam durante quase 12 segundos, no que parece ser uma celebração espontânea.

A imprensa opina que apesar das imagens divulgadas serem surpreendentes, não estabelecem por si só nenhuma teoria da conspiração.

O vídeo já tinha sido descrito recentemente pelo jornalista investigativo Edward Epstein, o primeiro a retomar a teoria do complô organizado, antes da divulgação pública das imagens.

Inicialmente, os responsáveis pelo grupo francês Accor, matriz da rede Sofitel, atribuíram a celebração de seus empregados a um resultado esportivo.

Entretanto, o único grande evento esportivo naquele dia nos Estados Unidos foi uma partida de baseball entre o Red Sox de Boston e o New York Yankees, que terminou várias horas depois da captura das imagens pelas câmeras de segurança.

Em sua nova versão, o grupo assegura que os empregados não lembram a razão de estarem tão contentes após informar à Polícia sobre a suposta agressão sexual e afirmam que as teorias 'mal-intencionadas e infundadas' de que os vídeos demonstram 'o envolvimento de Accor em um complô não fazem sentido'.

'(Os funcionários) são incapazes de lembrar o motivo dessa cena', explica o secretário-geral da Accor, Pascal Quint, na edição digital do 'Le Monde'. Quint acrescenta que de acordo com a investigação desenvolvida na rede hoteleira, os funcionários estavam 'aliviados ao ver que a Polícia foi chamada e que o hotel fez as coisas seguindo as normas após a agressão'. 

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