Mundo

Ibovespa cai após 6 altas seguidas; dólar avança com temor fiscal

Mercado local adota tom de cautela, enquanto índices internacionais avançaram em cima de potencial vacina

Bolsa: cautela domina mercado local nos primeiros minutos de pregão (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: cautela domina mercado local nos primeiros minutos de pregão (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 11 de novembro de 2020 às 10h13.

Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 20h30.

O Ibovespa interrompeu seis pregões seguidos de alta, descolado da sessão positiva em Wall Street, e fechou em queda de 0,25% nesta quarta-feira, 11, em 104.808 pontos. Ainda assim, no acumulado do mês até o momento, carrega uma alta de 11,56%. O dólar, por sua vez, que oscilou durante o dia entre perdas e ganhos, fechou com alta de 0,47%, sendo cotado a 5,416 na venda, com o mercado de olho, passado a eleição americana, nas questões internas, em meio aos temores sobre a situação fiscal do país.

No mercado local, o desconforto com as últimas falas do presidente Jair Bolsonaro e dados do varejo abaixo do esperado motivaram maior cautela. Bolsonaro questionou ontem como ficam os 40 milhões de trabalhadores informais que recebem o auxílio emergencial, quando a ajuda acabar em dezembro, o que elevou receios no mercado de pressões por mais gastos públicos.

No exterior, as bolsas americanas se recuperaram hoje puxadas pelas ações de tecnologia. O índice Nasdaq fechou em alta de 2,01% e S&P 500, 0,77%, enquanto o Dow Jones encerrou a sessão próximo da estabilidade, com baixa de 0,08%.

Por aqui, divulgado ainda pela manhã, as vendas do varejo brasileiro tiveram crescimento mensal de 0,6% em setembro ante expectativa de 1,4% de alta. Na comparação anual, os dados também decepcionaram, com aumento de 7,4% contra a expansão esperada de 7,9%.

“Para o mês de outubro, devemos ver a continuidade de uma normalização das taxas de crescimento, em linha com o abafamento da recuperação da confiança do consumidor e do setor de comércio”, avaliam analistas da Exame Research.

Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, também ressalta que o recente conflito político acerca das vacinas que serão disponibilizadas no Brasil também contribui para o clima de maior cautela no mercado local. “A politização da vacina é ruim. Abre espaço para dúvidas em relação à velocidade da recuperação econômica no Brasil”, comenta.

(EXAME Academy/Exame)

Apesar da maior cautela no mercado local, no exterior, os principais índices de ações dão continuidade ao rali da vacina. Na Europa, que vem sofrendo com a segunda onda de coronavírus, o Stoxx 600 subiu mais de 1%, acumulando quase 6% de alta desde segunda-feira, quando a Pfizer anunciou que sua potencial vacina tem 90% de eficácia contra o coronavírus.

Com a notícia da vacina, investidores promoveram uma intensa rotação de ativos, migrando de ações de tecnologia e e-commerce para os papéis mais prejudicados pelos efeitos da pandemia. Nesta quarta, porém, o movimento é inverso.

Enquanto papéis ligados a viagens e turismo se desvalorizam no mundo, ações de tecnologia voltaram a ganhar a preferência dos investidores. Nos EUA, o índice Nasdaq, que concentra as maiores empresas do setor, voltou a ter desempenho superior aos do S&P 500 e Dow Jones. No Brasil, efeito semelhante ocorreu, com papéis de e-commerce entre as maiores altas. Veja aqui os destaques de ações do dia.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresDólarIbovespa

Mais de Mundo

Eleição no Uruguai: disputa pela Presidência neste domingo deverá ser decidida voto a voto

Eleições no Uruguai: candidato do atual presidente disputa com escolhido de Mujica

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda