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Hungria vive novo dia de tensão com refugiados

As autoridades da Hungria interceptaram 2.706 refugiados que entraram no país de forma ilegal na segunda-feira, 500 a mais que no dia anterior


	Refugiados: imigrantes são escoltados até ônibus pela polícia da Hungria
 (REUTERS/Marko Djurica)

Refugiados: imigrantes são escoltados até ônibus pela polícia da Hungria (REUTERS/Marko Djurica)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 07h38.

Budapeste - As autoridades da Hungria interceptaram 2.706 refugiados que entraram no país de forma ilegal na segunda-feira, 500 a mais que no dia anterior, informou nesta terça-feira a polícia em seu site.

No ponto de reunião de Röszke, junto à fronteira com a Sérvia, onde os refugiados têm que esperar horas e noites inteiras antes de serem transferidos para os centros de registro, cerca de 300 imigrantes decidiram partir ontem a pé pela estrada que leva à capital Budapeste, mas a polícia os obrigou a retornar.

Nesse local, voluntários tentam aliviar a situação com a distribuição de cobertores, comida e bebida.

Durante o dia de ontem, ocorreram tentativas de fuga e protestos por parte dos refugiados, que se queixam da demora no processo de identificação e a polícia chegou a usar gás lacrimogêneo contra eles, segundo alguns meios da imprensa local.

Já durante a noite, um refugiado que viajava com sua família no automóvel de um traficante de pessoas morreu após sofrer um acidente na estrada M1, que liga Budapeste à fronteira com a Áustria, segundo o site "index".

A imensa maioria dos que entram na Hungria afirmam que seu desejo é passar rapidamente pelo país para seguir viagem rumo à Áustria e outros países ricos da Europa, como Alemanha e Suécia.

O temor desses imigrantes é que sejam identificados e registrados na Hungria, já que, segundo a legislação europeia, podem ser devolvidos a este país se tentarem atravessar para outro, já que a Hungria é o primeiro Estado da União Europeia em que consta sua passagem.

Além disso, os refugiados se queixam do tratamento recebido na Hungria, da falta de informação e das dificuldades para seguir viagem.

O primeiro-ministro húngaro, o conservador Viktor Orbán, que ontem visitou a região fronteiriça com a Sérvia, disse que é preciso acelerar as obras de construção da segunda cerca, mais sólida, de 4 metros altura, que está sendo erguida atrás do alambrado de um metro e meio que já foi instalado na fronteira com a Sérvia.

"Nas próximas semanas será necessário realizar um trabalho intenso", disse Orbán, em declarações publicadas hoje pelo jornal "Magyar idök".

O chefe de governo húngaro chegou a assegurar que a Europa deve defender suas fronteiras já que, caso contrário, dezenas de milhões de refugiados podem chegar ao continente.

No meio desta onda de refugiados, o ministro da Defesa, Csaba Hende, apresentou ontem sua renúncia após uma reunião do gabinete de crise formado pelo governo húngaro.

Os meios de imprensa húngaros relacionam essa renúncia com os atrasos na construção da segunda cerca.

A Hungria lançou uma campanha de informação nos países de passagem para advertir aos refugiados que se aproximam de suas fronteiras que a entrada ilegal em solo húngaro é um crime punido com prisão. 

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