Imigrantes sírios caminham em ferrovia para cruzar fronteira da Sérvia com Hungria, na vila de Horgos (REUTERS/Marko Djurica)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2015 às 21h49.
O governo de direita da Hungria fechou a principal rota terrestre de imigrantes para a União Europeia nesta terça-feira, assumindo o problema para si e buscando interromper o fluxo de refugiados.
Um esforço de emergência liderado pela Alemanha para obrigar países-membros a aceitar cotas de refugiados fracassou em meio a divergências.
A chanceler alemã, Angela Merkel, fez um apelo por unidade no bloco depois que um dos seus ministros defendeu multas para os países que se recusassem a acomodar a sua cota de imigrantes, provocando irritação na Europa central.
Uma autoridade tcheca descreveu tais ameaças como vazias, mas mesmo assim “prejudiciais”, enquanto a Eslováquia disse que elas trariam o “fim da União Europeia”.
Sob novas regras que passaram a vigorar à meia-noite, a Hungria disse que qualquer um que buscasse asilo na sua fronteira sul com a Sérvia, a fronteira externa da União Europeia, seria automaticamente enviado de volta, e quem tentasse passar escondido seria preso.
Na fronteira, imigrantes impedidos de continuar a longa jornada rumo ao norte, para uma nova vida na Alemanha, protestavam cantando refrões no fim do dia, e um cartaz dizia: “Mama Merkel, por favor nos ajude!”.
Famílias com crianças pequenas sentavam nos campos sob a cerca de 3,5 metros de altura, com arame farpado, que bloqueava a entrada dos imigrantes no país que foi do bloco comunista.
"Greve. Sem comida. Sem água. Abra a fronteira”, escreveu uma mulher na roupa de uma criança.
Imigrantes que tentavam pedir asilo numa zona de trânsito foram mandados de volta. Macruf Suhufi Abdi Omar, da Somália, disse à Reuters que havia tido o pedido de asilo recusado uma hora depois de recolherem as suas impressões digitais.
Autoridades húngaras afirmaram que haviam negado 16 pedidos de asilo na fronteira num período de horas e estavam processando mais 32. A polícia prendeu 174 pessoas por tentarem atravessar escondidas a fronteira.
O afluxo de centenas de milhares de imigrantes e refugiados do Oriente Médio, África e Ásia provoca discórdia e recriminações na Europa. Os ministros da UE não conseguiram romper um impasse na segunda-feira sobre a distribuição e a responsabilidade por algumas das pessoas que procuram asilo.