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Human Rights Watch condena fechamento de bairros palestinos

Para a entidade, os controles de Israel nas entradas desses bairros são “uma receita para o assédio e o abuso”


	Soldados israelenses prendem manifestante: “Fechar os bairros de Jerusalém Leste violará a liberdade de movimento de todos os palestinos residentes sem ser uma resposta adequada a uma preocupação específica”
 (REUTERS/Mohamad Torokman)

Soldados israelenses prendem manifestante: “Fechar os bairros de Jerusalém Leste violará a liberdade de movimento de todos os palestinos residentes sem ser uma resposta adequada a uma preocupação específica” (REUTERS/Mohamad Torokman)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2015 às 08h29.

A Human Rights Watch (HRW) condenou hoje (14) a decisão do governo israelense de fechar bairros palestinos no leste de Jerusalém, considerando que afeta a liberdade de movimento sem resolver um problema específico.

“Fechar os bairros de Jerusalém Leste violará a liberdade de movimento de todos os palestinos residentes sem ser uma resposta adequada a uma preocupação específica”, destacou a diretora para a região da organização internacional de defesa dos direitos humanos (HRW), Sari Bashi, em comunicado.

Para a entidade, os controles de Israel nas entradas desses bairros são “uma receita para o assédio e o abuso”.

O governo israelense decidiu de madrugada aplicar uma série de médias preventivas nos bairros do leste de Jerusalém, que Israel ocupa desde 1967, devido à série de violência que atinge a região desde o dia 1º, quando foram mortos sete israelenses e cerca de 30 palestinos, 11 deles após cometerem ou tentarem cometer atentados, segundo fontes policiais.

Entre as medidas mais polêmicas, pela conotação política e em termos dos direitos civis, estão as de isolar as populações palestinas da parte oriental da cidade, destruir as casas dos “terroristas” sem permitir que possam ser reconstruídas e revogar a residência e outros direitos básicos dos que desfrutam pelo seu estatuto de moradores de Jerusalém.

Segundo o jornal Yediot Aharonot, 16 dos 26 autores dos esfaqueamentos, das agressões e ataques com armas de fogo dos últimos 14 dias eram do leste de Jerusalém, o que lhes oferece a possibilidade de se deslocar por todo o território israelense.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o seu Executivo ordenaram ainda um aumento do efetivo policial, o reforço, com seis companhias do Exército, da segurança, bem como a destinação de 80 milhões de shekels (cerca de 18 milhões de euros) para recrutar 300 guardas adicionais para proteger o transporte público em Jerusalém, após dois ataques em autocarros esta semana.

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