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Humala assume hoje com desafio de manter economia estável

Outro objetivo do novo governo é ampliar os programas sociais, como o Juntos, uma versão peruana do Bolsa Família

Humala prometeu que a adoção de políticas sociais não implicaria em uma mudança da política econômica, que permitiu ao país crescer mais de 8% no ano passado  (Ernesto Benavides/AFP)

Humala prometeu que a adoção de políticas sociais não implicaria em uma mudança da política econômica, que permitiu ao país crescer mais de 8% no ano passado (Ernesto Benavides/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2011 às 13h55.

Lima - O militar da reserva Ollanta Humala assume hoje (28) a Presidência do Peru com um importante desafio: manter a estabilidade econômica de um país que, na última década, manteve índices de crescimento invejáveis e distribuir a renda aos setores mais marginalizados, que votaram nele e que representam 34% da população. Inspirado no ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, Humala quer ampliar os programas sociais como o Juntos - a versão peruana do Bolsa Família, que atende a 471 mil famílias. O problema é que a carga tributária no país é pequena e o orçamento do governo também.

"O grande desafio de Humala será repetir o modelo de Lula: conseguir fazer um processo de inclusão social gradual, que satisfaça as aspirações daqueles que votaram nele porque querem uma mudança", disse o analista político argentino Rosendo Fraga, do Centro de Estudos Nova Maioria.

Uma das propostas em discussão no novo governo peruano é a adoção de um mecanismo semelhante ao argentino para aumentar o caixa do governo. A Argentina aplica retenções (um imposto) às exportações de grãos que têm crescido com o boom das commodities. O Peru quer fazer algo parecido com os lucros das empresas de mineração.

Humala foi eleito presidente no último dia 19 de junho, com 51,5% dos votos. Sua vitória foi atribuída a uma mudança de atitude. Considerado discípulo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ele moderou o discurso e seguiu os passos de Lula: na campanha divulgou uma Carta ao Povo Peruano, comprometendo-se a manter a estabilidade econômica e prometendo uma melhor distribuição da renda. Uma vez eleito, ele deu um sinal claro de que a adoção de políticas sociais não implicaria em uma mudança da política econômica, que permitiu ao país crescer mais de 8% no ano passado. Para o cargo de ministro das Finanças, ele nomeou Luis Castilla, vice-ministro no governo de seu antecessor, Alan Garcia. Além de Castilla, ele nomeou para o cargo de primeiro-ministro o empresário Salomon Lerner Ghitis.

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