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Hu renuncia e Xi comandará o Partido Comunista chinês

Xi Jinping assumirá formalmente o cargo de Hu Jintao, que enunciou ao secretariado geral do Partido Comunista nesta quarta-feira

Vice-presidente chinês Xi Jinping em discurso no 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (Xinhua/Li Xueren/Reuters)

Vice-presidente chinês Xi Jinping em discurso no 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (Xinhua/Li Xueren/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2012 às 18h16.

Pequim - O presidente da China, Hu Jintao, renunciou ao secretariado geral do Partido Comunista nesta quarta-feira para deixar o caminho livre a fim de que o vice-presidente, Xi Jinping, assuma formalmente amanhã o cargo. A decisão foi anunciada hoje, penúltimo dia do 18º Congresso do Partido Comunista da China, realizado em Pequim. Os 2.300 delegados do Partido Comunista chinês elegerão na quinta-feira os 25 membros do Politburo, que por sua vez elegerá os nove ou sete integrantes permanentes do Comitê Central do Politburo, chefia máxima do Estado chinês. Ainda não está claro se o novo Comitê Central do partido, núcleo do Politburo, terá sete ou nove integrantes.

Em outro sinal de que a transição também será facilitada, Hu poderá deixar o comando da Comissão Militar Central, que supervisiona os militares chineses, o que daria a Xi mais autoridade para consolidar sua posição quando ele assumir formalmente a presidência no começo de 2013. Hu não deve ficar no comando da Comissão que supervisiona os militares.

Líderes chineses que deixaram a chefia do Partido, nas últimas décadas, sempre mantiveram por alguns anos o comando da comissão militar durante um período de transição. Isso ocorreu, por exemplo, com o ex-presidente e ex-secretário-geral do Partido, Jiang Zemin. Ele deixou a secretaria-geral do Partido Comunista em 2002 e a presidência no começo de 2003, mas ficou como chefe da Comissão Militar Central até 2005. Questionado por repórteres em Hong Kong se Hu reteria o comando da comissão militar, Zhang Qinsheng, vice-chefe do Estado Maior do Exército da República Popular da China, disse que a liderança central desta vez "não fez esse acordo".


O analista político chinês Zhang Lifan, um independente que vive em Pequim, disse que se Hu deixar todos os cargos, isso será um avanço no sistema político do país. "Será um legado político importante, porque romperá com a tradição negativa de um político deixar o cargo principal mas manter outro e assim segurar algum poder", disse Zhang.

O idoso Jiang, que atualmente está com 86 e vive aposentado perto de Pequim, esteve hoje no Congresso, sentado perto de Hu. Jiang teve que ser ajudado por um assistente para ficar em pé quando o hino comunista, a Internacional, tocou no plenário. Após a execução da Internacional, Jiang apertou as mãos de Hu e deixou o plenário, como parte da cerimônia.

Delegados presentes no Congresso disseram que Hu não foi reeleito membro do Comitê Central do Partido Comunista, nesta quarta-feira. Já Xi foi reeleito, juntamente com o próximo primeiro-ministro, Li Keqiang. Os outros cinco ou sete integrantes do Comitê Central deverão ser anunciados na quinta-feira. "Nós todos ficamos felizes e toda a assembleia reagiu com um aplauso enorme", disse o delegado Si Zefu, presidente da estatal de energia elétrica Dongfang Electric Corp, baseada na cidade central de Chengdu.

Wang Qishan, outro vice-primeiro-ministro como Li, foi designado nesta quarta-feira para o corpo disciplinar do Partido Comunista, em um sinal de que poderá ser nomeado para o núcleo do Politburo na quinta-feira.

Designado sucessor de Hu cinco anos atrás, Xi assumirá formalmente o cargo de secretário geral do partido na quinta-feira, e como presidente, na próxima primavera, configurando-se assim a segunda transferência ordenada de poder na China. Li Keqiang também deve assumir o cargo do premiê Wen Jiabao. Os novos líderes vão enfrentar a desaceleração econômica e a inquietação crescente da população. Hu Jintao assumiu a secretaria-geral do Partido Comunista chinês em 2002, após a renúncia de Jiang, na primeira transferência ordenada de poder no gigante asiático durante a era comunista, que começou em 1949.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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