Mundo

HRW pede ao Asem pressão por fim de regime tailandês

A Human Rights Watch pediu ao fórum Ásia-Europa que pressione chefe da junta militar da Tailândia para restabelecer a democracia


	Soldados na Tailândia: HRW denuncia supressão de direitos e liberdades no país
 (Erik De Castro/Reuters)

Soldados na Tailândia: HRW denuncia supressão de direitos e liberdades no país (Erik De Castro/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 13h19.

Bangcoc - A Human Rights Watch (HRW) pediu aos líderes do fórum Ásia-Europa (Asem) que pressionem o chefe da junta militar da Tailândia a restabelecer a ordem democrática no país durante a cúpula que se inicia nesta quinta-feira em Milão.

O líder da junta e primeiro-ministro tailandês, general Prayuth Chan-ocha, comandará a delegação do país asiático em sua primeira viagem internacional após tomar o poder em um golpe de estado em 22 de maio deste ano.

"O general Prayuth deveria deixar Milão com a clara mensagem que os líderes europeus e asiáticos não aceitam o contínuo governo militar na Tailândia", disse em comunicado o diretor para a Ásia da HRW, Brad Adams.

"A junta tailandesa deve compreender que não haverá um retorno à normalidade até que o país restabeleça um governo civil por meio de eleições livres e justas", acrescentou.

Segundo a organização, após tomar o poder, a junta militar não deu nenhum passo genuíno para restabelecer a democracia. Mantém uma lei marcial que permite ao governo cometer violações dos direitos humanos de forma impune e colocou militares nas demais instituições, incluindo o novo parlamento.

A HRW denuncia a "supressão severa" de direitos e liberdades fundamentais por parte da junta, que impôs censura a mais de 200 portais de internet, além de proibir manifestações e debates públicos sobre direitos humanos e democracia.

"A Tailândia se encontra no meio de uma vasta campanha contra a liberdade de expressão, associação e reunião pública, que não mostra sinais de terminar", completou Adams, pedindo que os governos europeus pressionem o general.

A União Europeia criticou o golpe e estabeleceu sanções à Tailândia, como o congelamento de um tratado de cooperação e a suspensão das visitas oficiais. No entanto, aceitou não vetar a presença de Prayuth na cúpula no mês passado.

Os membros do Asem, organização criada em 1996, representam cerca de 60% da população mundial, metade do Produto Interno Bruto (PIB) global e 70% do comércio internacional.

O general foi a Milão após insinuar que poderia prorrogar o mandato dos militares até 2016. Inicialmente um processo de reformas foi anunciado, prevendo a aprovação de uma nova constituição e a convocação de eleições até o fim de 2015.

Além de participar do fórum do Asem, Prayuth viajará para Londres, onde se espera que enfrente críticas pela gestão do assassinato de dois turistas britânicos, crime pelo qual foram detidos dois imigrantes birmaneses após uma investigação cheia de irregularidades.

Prayuth se reunirá na sexta-feira com o primeiro-ministro do Reino Unido, e provavelmente será recebido com protestos, segundo o jornal "Bangcoc Post".

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDemocraciaDitaduraEuropaTailândia

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA