Crianças palestinas brincam nos escombros de uma mesquita da Faixa de Gaza destruída por bombardeios israelenses (Said Khatib/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2015 às 11h23.
A organização Human Rights Watch (HRW) acusou nesta segunda-feira Israel de recorrer ao uso não justificado da força contra crianças palestinas, forçadas a assinar confissões sob ameaça, e em um idioma que não compreendem.
Estes maus-tratos "vão contra as afirmações das forças israelenses sobre o respeito aos direitos da criança", acusou a ONG.
Apesar do fato de Israel ser acusado por esse motivo há anos, os abusos continuam, "o que não seria difícil de remediar se o governo israelense se comprometesse seriamente", afirmou a organização.
A HRW se baseou no testemunho - incluindo fotos - de quatro crianças de Jerusalém Oriental, assim como o de dois adolescentes que vivem na Cisjordânia, que foram presos por soldados e policiais israelenses entre março e dezembro de 2004.
O exército e a polícia israelenses se negam a tratar de cada caso, limitando-se a declarar que respeitam os procedimentos em cada prisão "informando às crianças sobre seus direitos", afirmou a ONG de direitos humanos com sede em Nova Yor.
O exército israelense, contatado pela AFP, não quis fazer comentários.
A ONU e as ONGs denunciam habitualmente maus-tratos do exército israelense contra as crianças palestinas.
Todos os anos, entre 500 e 700 crianças comparecem diante dos tribunais militares israelenses, segundo a Defence for Children International.
De acordo com a Unicef, a lei israelense é a única no mundo que permite julgar crianças a partir dos 12 anos perante um tribunal militar.