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Hotel italiano enviou alerta às autoridades antes de avalanche

"Os que morreram foram assassinados porque foram retidos contra sua vontade", disse o pai de um desaparecido

Resgates: no momento da avalanche estavam no hotel mais de 30 pessoas (Soccorso Alpino Speleologico Lazio/Handout/Reuters)

Resgates: no momento da avalanche estavam no hotel mais de 30 pessoas (Soccorso Alpino Speleologico Lazio/Handout/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 14h45.

Roma - As vítimas da avalanche que atingiu um hotel na Itália "foram retidas" no local, denunciou nesta segunda-feira o pai de um desaparecido, ao lembrar do pedido de evacuação enviado às autoridades e que supostamente não foi atendido.

"Os que morreram foram assassinados porque foram retidos contra sua vontade, já que queriam sair e estavam de malas prontas", afirmou o pai de Stefano Faniello, ainda desaparecido após o desastre no hotel Rigopiano de Farindola, atingido por uma avalanche na última quarta-feira.

Diversos veículos de imprensa publicaram no domingo um e-mail supostamente enviado pela direção do hotel antes do deslizamento às autoridades alertando sobre o nervosismo dos hóspedes após os terremotos e as nevascas.

"Comunicamos que, por ocasião dos últimos eventos, a situação está preocupante. Há cerca de dois metros de neve e no hotel há 12 quartos ocupados, além dos funcionários", afirma a carta, assinada pelo diretor do Rigopiano, Bruno di Tommaso.

O comunicado alerta que "o combustível para alimentar o gerador deve durar só até amanhã - 19 de janeiro -, quando esperamos que o distribuidor possa realizar a entrega" e ressalta que "os telefones estão fora de serviço".

"Os clientes estão aterrorizados pelos terremotos e decidiram permanecer fora do hotel. Tentamos tranquilizá-los, mas, por não poderem passar pelas estradas bloqueadas, estão decididos a dormir nos carros", assegura.

Tommaso assegura que a neve foi retirada da entrada do hotel com pás e que pediu "uma intervenção" às autoridades, ao delegado do governo em Pescara, ao presidente da província de Pescara, à polícia provincial e ao prefeito de Farindola.

No entanto, esta "intervenção" para liberar as vias de acesso ao hotel e permitir a saída dos hóspedes nunca aconteceu.

A Procuradoria abriu uma investigação por homicídio culposo com a qual quer esclarecer o modo com que as autoridades responderam ao alerta, provocado pelas intensas nevadas e os terremotos ocorridos na última quarta-feira.

Além disso, o homem que recebeu o pedido de ajuda por parte de um sobrevivente e acionou os serviços de emergência denunciou a lentidão do procedimento e assegurou que em um primeiro momento não foi devidamente atendido.

No momento da avalanche estavam no hotel mais de 30 pessoas, entre hóspedes e funcionários, dos quais 11 foram resgatados com vida, seis mortos e 23 seguem desaparecidos, de acordo com um balanço provisório.

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