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Horacio Cartes é eleito presidente do Paraguai

O candidato venceu o opositor Efraín Alegre com 45,91% dos votos

Horacio Cartes, do Partido Colorado, comemora sua vitória nas eleições presidenciais do Paraguai, em Assunção (REUTERS)

Horacio Cartes, do Partido Colorado, comemora sua vitória nas eleições presidenciais do Paraguai, em Assunção (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2013 às 06h33.

Assunção - Empresário e com um passado obscuro, Horacio Cartes entrou no Partido Colorado em 2009 e conseguiu em apenas três anos se tornar sua liderança e vencer neste domingo as eleições para a Presidência do Paraguai.

Vencedor com 45,91% dos votos, Cartes fundou em novembro de 2010 o movimento interno Honor Colorado (HC, sigla também de seu nome e sobrenome), que contou com forte oposição de dirigentes históricos do partido os quais, um por um, foi ganhando para sua causa.

"Um novo rumo para o Paraguai" foi a promessa deste multimilionário, que reiterou em seus primeiros discursos como presidente eleito.

Nascido em Assunção em 5 de julho de 1956, Horacio Manuel Cartes Jara completou o ensino médio e se mudou para os Estados Unidos para fazer estudos técnicos (motores de aviação) e um estágio na Cessna, empresa da qual seu pai era representante no Paraguai.

Com 19 anos, segundo sua biografia oficial, retornou ao Paraguai e "começou suas atividades de empreendimento comercial" em uma casa de câmbio, que depois se transformou no Banco Amambay, pilar de um grupo de 25 empresas (tabacos, bebidas, pecuária, transporte, comércio) que dá hoje emprego a cerca de 3.000 pessoas.

Ficou quatro anos foragido em sua juventude, acusado de participar de um esquema ilegal de obtenção de dólares preferenciais, mas seus advogados asseveram que foi um "perseguido" da ditadura de Alfredo Stroessner.

Quando ela terminou em 1989, Cartes retornou, "se deu por detido e demonstrou sua inocência".

Ao longo da década passada, foi investigado no Brasil, e também pela DEA americana, por lavagem de dinheiro e contrabando de cigarros, e no Paraguai pela aparição de cargas de drogas em uma de suas propriedades, mas como destacam seus representantes nunca foi processado.


"Eu não estaria pretendendo ser presidente se tivesse relação com narcotraficantes e também não pretendo legalizar nada. Tive amigos e companheiros com quem jogava futebol que desperdiçaram suas vidas", expôs Cartes em entrevista durante a campanha.

Diz sua biografia que o futebol é sua "paixão" e desde 2001 preside o Club Libertad, mas o sucesso nos negócios e o esporte não foram suficientes para ele, que acabou se lançando na política, embora segundo a imprensa até agora nunca tivesse votado.

O ex-presidente paraguaio Nicanor Duarte disse que, com sua entrada na Associação Nacional Republicana (ANR ou Partido Colorado), começava "a era da pornografia política" e a presidente do partido, Lilián Samaniego, lembrou seus vínculos com o narcotráfico, mas ambos terminaram se somando a seu projeto.

Fernando Lugo o acusou de orquestrar o julgamento político no qual foi cassado como presidente, em junho de 2012.

E seu rival pela Presidência nas eleições deste domingo, o liberal Efraín Alegre, além de chamá-lo de "narco", zombou dizendo que ele é um "boneco", que tem que memorizar os discursos.

Embora Cartes tenha evitado o debate e se percebe seu incômodo com a imprensa, uma custosa campanha de publicidade conseguiu transferir para boa parte da população uma imagem de frescor franca e uma promessa de eficácia contra a tradicional "mordomia" da classe política paraguaia.

O novo presidente promete governar o país com o mesmo sucesso que seu Grupo Cartes, que vende refrigerantes e tabaco até nos EUA, como não se cansava de repetir sua propaganda.

Separado há anos de sua esposa, María Montaña, com a qual tem três filhos, são atribuídos a ele romances com várias modelos. A mulher sempre a seu lado é sua irmã, Sara, que estudou Administração de Empresas e divide um escritório com ele no Grupo Cartes.

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