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Hong Kong: líderes estudantis retomam diálogo sob condições

Principal sindicato dos manifestantes iniciou diálogo com governo caso omissão da polícia seja investigada


	Hong Kong: alteração da ordem estabelecida é o que buscaram manifestantes
 (Carlos Barria/Files/Reuters)

Hong Kong: alteração da ordem estabelecida é o que buscaram manifestantes (Carlos Barria/Files/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2014 às 21h18.

Os líderes estudantis dos protestos em Hong Kong abriram neste domingo a porta ao diálogo com o governo local, após milhares de manifestantes pró-democracia se concentrarem no centro da cidade para denunciar os ataques cometidos contra o movimento.

O principal sindicato estudantil de Hong Kong, que suspendeu as negociações com o governo diante da falta de ação da polícia durante os ataques contra os manifestantes na sexta-feira, admitiu se reunir com as autoridades caso a omissão da polícia seja investigada.

"O governo deve mostrar seu compromisso com a investigação dos fatos (...) e dar uma explicação à opinião pública o mais rápido possível", disse a Federação de Estudantes de Hong Kong (HKFS), em referência às acusações de conluio entre as autoridades e a "tríade", a máfia chinesa.

As autoridades de Hong Kong negaram firmemente neste sábado que o governo tenha recorrido à "tríade" para atacar os manifestantes. "Estas acusações são fabricadas e excessivas", disse o secretário de Segurança de Hong Kong, Lai Tung-Kwok.

"Quando o governo responder" sobre estes ataques, os estudantes estarão dispostos a negociar novamente", afirmou a HKFS.

A situação continua tensa nas três zonas ocupadas pelos manifestantes na ex-colônia britânica, onde os manifestantes reforçaram as barricadas por temer que se repitam os confrontos de sexta.

Na noite deste sábado, milhares de pessoas gritavam "paz" no centro de Hong Kong, na zona da sede do governo, onde os manifestantes montam acampamento há sete dias.

"Os sentimentos estão a flor da pele esta noite (...), mas as pessoas seguem comportadas. Não é como em outros países, que queimam coisas e destroem veículos", disse Chris Ng, uma manifestante de 36 anos.

"A polícia utiliza gás lacrimogêneo e gás de pimenta contra estudantes pacíficos, mas não usa gás lacrimogêneo e gás de pimenta contra as pessoas que nos atacam" - denunciou por alto-falante Lau Tung-kok, entre aplausos da multidão reunida no centro da cidade.

A Anistia Internacional denunciou no sábado que mulheres que participaram das manifestações foram vítimas de agressões sexuais e assédio.

"Mulheres e meninas foram alvos de agressões sexuais, assédio e intimidação", assinalou a AI, acusando a polícia de faltar com seu dever de proteger os manifestantes na noite de sexta-feira diante dos ataques da "tríade".

O movimento pró-democracia exige a renúncia do chefe do executivo local, Leung Chun-yuing, considerado um fantoche de Pequim. A China aceita o princípio de eleições por sufrágio universal, mas conservando o controle das candidaturas.

Hong Kong, ex-colônia britânica, enfrenta a sua maior crise política desde a devolução à China, em 1997.

A "revolução dos guarda-chuvas", como é chamada nas redes sociais, tem uma grande repercussão no exterior, onde houve concentrações de apoio em vários países.

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