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Hong Kong afrouxa medidas de distanciamento após redução de casos

Cidade relatou apenas sete novas infecções transmitidas localmente na segunda-feira

Hong Kong: cidade vai permitir jantares em restaurantes e a remoção de máscaras durante exercícios ao ar livre (Belinda Jiao/Getty Images)

Hong Kong: cidade vai permitir jantares em restaurantes e a remoção de máscaras durante exercícios ao ar livre (Belinda Jiao/Getty Images)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 17h12.

Hong Kong vai relaxar as regras de distanciamento social a partir da próxima sexta-feira, dia 28, permitindo jantares em restaurantes e a remoção de máscaras durante exercícios ao ar livre, conforme os casos da covid-19 na cidade diminuem.

A cidade também vai reabrir cinemas, salões de beleza e alguns locais de esportes ao ar livre, disseram autoridades em uma entrevista coletiva nesta terça-feira, 25. As atuais medidas de distanciamento social - as mais rígidas no centro financeiro - serão estendidas apenas até 27 de agosto.

"Com esta nova normalidade, é difícil esperar que não haja casos confirmados a longo prazo", disse a secretária de Alimentação e Saúde, Sophia Chan. "Temos que aceitar a possibilidade de termos alguns casos e grupos específicos. O governo não pode esperar até que não haja casos na comunidade para relaxar as regras de distanciamento social", disse Chan.

Ela acrescentou que muitas pessoas pararam de se exercitar devido à exigência da máscara. Chan não mencionou se mudaria a limitação de reuniões públicas - atualmente restrita a duas pessoas.

A chefe do Executiva de Hong Kog, Carrie Lam, disse em uma reunião que havia uma tendência "tranquilizadora" de queda nos casos. Mas acrescentou que ainda é difícil evitar alguns pequenos surtos comunitários e que o governo continuará monitorando e testando regularmente os trabalhadores do porto da cidade.

Hong Kong relatou apenas sete novas infecções transmitidas localmente na segunda. A cidade está entre os locais da Ásia que lutam contra uma nova onda de casos depois de ver o sucesso inicial com o vírus, assim como ocorreu no Vietnã, na Coreia do Sul e na Austrália.

O governo pediu aos cidadãos que participem da testagem de toda a população de covid-19 a partir de 1º de setembro, que será realizada com a ajuda de especialistas e laboratórios chineses.

"Eu faria um apelo ao público para que participe do esquema de teste universal para encontrar contaminados assintomáticos o mais rápido possível", disse ela. "A razão pela qual Hong Kong tem a capacidade de realizar um teste comunitário universal em larga escala é por causa da assistência prestada pelo governo central do povo (em referência à China)."

À medida que a terceira onda de casos de vírus de Hong Kong diminui, o governo está sob imensa pressão de restaurantes e outras pequenas empresas para relaxar as medidas de distanciamento.

As empresas menores foram especialmente atingidas, com protestos no ano passado levando Hong Kong a uma recessão antes mesmo de a pandemia começar. O Conselho Legislativo de Hong Kong realizará uma reunião especial para discutir os esforços do governo para conter o coronavírus na sexta.

Reinfecção

Um homem de Hong Kong, de 33 anos, se tornou o primeiro caso documentado de reinfecção de covid-19 no mundo, segundo informaram pesquisadores da Universidade de Hong Kong, na segunda-feira. O paciente recebeu alta após ser curado do vírus em abril, mas, no início deste mês, ele testou positivo novamente após retornar da Espanha.

Em uma transmissão ao vivo no YouTube o professor John Bell, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirmou que pessoas que pegaram a covid-19 em março já podem estar suscetíveis a reinfecções. Segundo Bell os anticorpos da covid-19 podem se esgotar entre 10% e 30% a cada mês e eles “desaparecem rapidamente”.

Recentemente um estudo feito pela King’s College de Londres com cerca de 90 pessoas apontou que os anticorpos desapareciam com o tempo, atingindo um ápice três semanas após os primeiros sintomas e abaixando rapidamente depois disso.

O paciente de Hong Kong, por exemplo, foi infectado novamente cerca de 4,5 meses depois do primeiro quadro.

No começo deste mês, a Universidade de São Paulo (USP) apontou o primeiro caso de reinfecção por covid-19 no Brasil, quando uma técnica de enfermagem de 24 anos teve dois testes positivos para a doença em um intervalo de 50 dias. As reinfecções são raras e não se sabe ao certo quantos casos do tipo existem no mundo.

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