O presidente dos EUA, Donald Trump, ao lado da mulher, Melania, chega ao funeral do papa Francisco (Filippo Monteforte/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 26 de abril de 2025 às 09h11.
O decano do Colégio Cardinalício, cardeal Giovanni Battista Re, destacou em sua homilia no funeral do papa Francisco, neste sábado, 26, o desejo do líder da Igreja Católica de defender a paz e lembrou a frase proferida por ele “construir pontes e não muros” diante de mais de 50 líderes mundiais, incluindo os presidentes de Estados Unidos, França e Ucrânia - Donald Trump, Emmanuel Macron e Volodymyr Zelensky.
“Construir pontes e não muros é uma exortação que ele repetiu muitas vezes, e o serviço da fé como Sucessor do Apóstolo Pedro esteve sempre unido ao serviço do homem em todas as suas dimensões", disse Re no funeral realizado na Praça de São Pedro e que contou com cerca de 140 delegações internacionais, entre elas a do Brasil, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A homilia destacou a importância dos imigrantes no pontificado do papa Francisco, com alusões à missa que celebrou na fronteira entre Estados Unidos e México e à sua viagem oficial à ilha de Lampedusa, na Itália.
“É significativa a primeira viagem do Papa Francisco, é significativo que tenha sido a Lampedusa, ilha-símbolo do drama da emigração, com milhares de pessoas afogadas no mar. Na mesma linha se inscreve a viagem a Lesbos, com o Patriarca Ecumênico e o Arcebispo de Atenas, e a celebração de uma missa junto da fronteira mexicana com os Estados Unidos, por ocasião da sua viagem ao México”, afirmou o cardeal decano.
Perante o eclodir de tantas guerras nos últimos anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à sensatez, convidando a uma negociação honesta para encontrar soluções possíveis", acrescentou.
O cardeal, que oficiou o funeral diante de 250 mil pessoas na praça vaticana e nos arredores, também citou outra declaração marcante de Francisco sobre a guerra.
"A guerra, dizia ele, é apenas morte de pessoas e destruição de casas, destruição de hospitais e de escolas. A guerra deixa sempre - é uma expressão sua - o mundo pior do que estava: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos", disse Re.