Agentes retiram vítimas de trem que descarrilou perto de Santiago de Compostela, Espanha: no acidente, morreram 79 pessoas e mais de 150 ficaram feridas (Oscar Corral/Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2013 às 15h07.
Santiago de Compostela - O homem que ligou para o celular do maquinista dois minutos antes do trem descarrilar em Santiago de Compostela comparecerá nesta sexta-feira diante do juiz que investiga o acidente, no qual morreram 79 pessoas e mais de 150 ficaram feridas.
O juiz Luis Aláez convocou como testemunha o fiscal do trem acidentado, Antonio Martín Marugán, que ligou para o maquinista, Francisco José Garzón Amo, que, de acordo com o depoimento, confessou que se distraiu e não reduziu a velocidade a tempo.
O juiz acredita que a conversa de Marugán a Garzón não causou o descarrilamento, e embora considere a ligação "infeliz pelo momento" em que foi feita, isso seria "insuficiente" para atribuir ao fiscal alguma imprudência com relevância penal pelo acidente.
De acordo com a investigação, o motivo do acidente foi "a inadequada e imprevisível condução do maquinista", acrescentou o juiz.
"Não se pode exigir do fiscal que preveja que o maquinista não vai adaptar sua condução às circunstâncias marcadas" pela sinalização exterior, as indicações do livro de horário e o quadro de velocidades, segundo o juiz.
De acordo com os dados extraídos da caixa-preta do trem acidentado, a ligação telefônica começou quase dois minutos antes de chegar ao local do acidente.
No primeiro depoimento à polícia, o fiscal omitiu a conversa telefônica com o condutor do trem. "Estava muito aturdido. Minha cabeça estava cheia de imagens terríveis. Em nenhum momento quis ocultar a conversa e estou convencido que Garzón também não", disse Marugán nesta semana.
Do conteúdo da conversa telefônica, que durou aproximadamente dois minutos, Marugán explicou que sua única intenção era facilitar o desembarque de uma família com crianças em Pontedeume, cidade a 15 quilômetros antes de Ferrol, o destino final do trem.