Alton Nolen, que assassinou uma colega de trabalho nos EUA: ele corre risco de ser punido com pena de morte (AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2014 às 16h21.
Los Angeles - Um homem que decapitou na semana passada uma colega de trabalho depois de saber que havia sido demitido foi acusado nesta terça-feira pelas autoridades dos Estados Unidos de assassinato em primeiro grau e corre o risco de ser condenado à pena de morte.
Alton Nolen, de 30 anos, que havia tentado converter seus colegas ao Islã, falou em árabe enquanto decapitava a mulher com uma faca grande de cozinha, explicou Greg Mashburn, procurador do condado de Cleveland, em Oklahoma (centro-sul.
A Procuradoria do estado está avaliando a possibilidade de pedir para o acusado a pena de morte, enquanto o Escritório Federal de Investigação (FBI) ainda deve decidir se apresentará acusações de terrorismo contra Nolen.
"Evidentemente (o acusado) tinha algum tipo de obsessão com decapitação", afirmou à imprensa o procurador do distrito. "Apesar disso, parece que se trata de um caso isolado".
O incidente ocorreu na quinta-feira passada na cidade de Moore, que tem menos de 60.000 habitantes, pouco depois de Nolen ter sido demitido de uma distribuidora de alimentos.
As autoridades afirmam que o homem foi para casa, pegou uma faca de cozinha e retornou à fábrica, onde encontrou a vítima, Colleen Hufford.
Durante o incidente, Nolen também feriu outro funcionário. O ataque só foi interrompido quando um dos chefes da empresa, Mark Vaughan, que também é o xerife adjunto de Morre, atirou no agressor.
O procurador do distrito disse que Nolen, que havia se convertido ao Islã há pouco tempo, cometeu o crime depois de ter sido demitido no mesmo dia por uma discussão racial.
"Do meu ponto de vista, houve uma briga porque (Nolen) não gosta de pessoas brancas", disse Mashburn.
A imprensa local declarou que o acusado, que permanece internado em um hospital recuperando-se de seus ferimentos, tentou converter seus colegas de trabalho ao Islã.
Posts atemorizantes no Facebook
O incidente ocorreu após uma série de decapitações de reféns dos Estados Unidos, Grã-bretanha e França por combatentes jihadistas no Oriente Médio e na Argélia, mas as autoridades americanas não encontraram nenhuma relação entre estas execuções e o ataque de Nolen.
Em sua página no Facebook, o acusado mudou seu nome para Jah'Keem Yisrael e postou fotografias das Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova York envoltas em fumaça e cinzas durante os atentados de 11 de setembro de 2001.
"Aqueles que morreram em pecado permanecerão em seus túmulos e arderão no inferno", escreveu em 17 de setembro, em uma mensagem que recebeu cinco "curtidas".
A Sociedade Islâmica de Oklahoma City enfatizou que "este ato injustificado não representa de modo algum o Islã", em nenhuma de suas expressões.
"Condenamos e somos 100% contra este ato impiedoso e desnecessário cometido pelo suspeito. Esperamos que a justiça seja feita", ressaltaram.
O governador do Texas, Rick Perry, apontado por alguns como provável candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2016, declarou que Nolan deveria enfrentar acusações de terrorismo.
O ataque em Moore levou as autoridades a revelarem outro caso ocorrido em Oklahoma City dez dias antes: Jacob Muriithi, oriundo do Quênia, ameaçou decapitar uma funcionária de uma clínica para idosos com quem havia discutido.
Muriithi foi detido e enfrenta acusações de terrorismo, mesmo que a mulher inicialmente tenha achado que a ameaça se tratasse de uma brincadeira.
O homem disse a ela que "representava o Estado Islâmico (EI)" e explicou que esse grupo "mata cristãos cortando suas cabeças", segundo a versão do porta-voz da polícia, Dexter Nelson.
O homem posteriormente perguntou à mulher a que horas ela saía do trabalho e disse "que a esperaria para cortar sua cabeça com uma faca e que postaria isso no Facebook", acrescentou a fonte.