Judeus: segundo o prefeito Bill de Blasio, o autor deste "perturbador ataque" sofria de "problemas mentais" (Timothy A. Clary/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 21h24.
Nova York - Um homem negro - supostamente com problemas mentais - esfaqueou um estudante judeu israelense em uma sinagoga do Brooklyn, em Nova York, na madrugada desta terça-feira, e foi abatido pouco depois pela polícia, informaram autoridades do templo e as forças de segurança.
O ataque ocorreu na sede mundial da comunidade hassídica Chabad Lubavitch, um braço ortodoxo do judaísmo, no Brooklyn, por volta da 01h40 (04h40 de Brasília) desta terça-feira, disse Adam Navarro, porta-voz da polícia de Nova York.
O jovem esfaqueado foi identificado como Levi Rosenblat, que chegou de Israel para estudar na sinagoga da sede Chabad-Lubavitch no Brooklyn, segundo um comunicado desta comunidade religiosa que leva a assinatura do rabino Motti Seligson.
De acordo com Seligson, o estado de saúde de Rosenblat, que ficou ferido no rosto, era estável.
O agressor, "segundo testemunhas, foi ouvido dizendo de maneira repetida 'Matar os judeus'", disse Seligson.
Os agentes da polícia, que chegaram ao local rapidamente, tentaram fazer com que o agressor, um homem negro de 49 anos, largasse a arma, uma faca de cozinha de 23 cm, mas ele se lançou contra eles, que atiraram em sua barriga.
Segundo o prefeito Bill de Blasio, o autor deste "perturbador ataque" sofria de "problemas mentais".
Parte da intervenção policial foi registrada em um vídeo que circula nas redes sociais.
Ali é possível ver policiais no interior da sinagoga exigindo que o agressor largasse a faca e se entregasse, em uma tensa negociação na qual um rabino pedia para a polícia não atirar.
O homem larga em certo momento sua faca, mas quando um agente se aproxima para detê-lo ele volta a pegá-la e avança gritando entre o mobiliário e as estantes cheias de livros.
Na gravação ouve-se um tiro, mas não é possível ver quem atira, nem o homem ser baleado.
Investigação de crime racial
A polícia indicou à AFP que recebeu declarações sobre comentários antissemitas e que o departamento de crimes raciais investigava a questão.
"Embora estejamos muito abalados por todo o ocorrido, estamos muito agradecidos à polícia pela rápida resposta e estamos trabalhando de perto com as autoridades na investigação em andamento", disse Seligson no comunicado.
A sinagoga onde o ataque ocorreu permanece aberta 24 horas por dias e durante a noite é frequentemente utilizada por indigentes para se refugiar.
Pouco depois do ataque, o rabino Moni Ender, porta-voz da comunidade Lubavitch em Israel, disse a uma rádio que, ao que parece, o ataque não teve motivos antissemitas.
"Podemos garantir que estamos 98% certos de que não se trata de um ato premeditado de ódio", disse.
Um estudante judeu chamado Arie, que filmou o ataque com seu celular, revelou que o agressor "tinha um olhar ameaçador, gritava, dava a impressão de que queria deixar o maior número de vítimas possível".