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Homem mais procurado da China volta ao país após 12 anos de fuga

Lai Changxing, de 53 anos, está envolvido na maior operação de contrabando da história da China

Autoridades chinesas dizem que Lai provavelmente não será condenado à pena capital (Feng Li/Getty Images)

Autoridades chinesas dizem que Lai provavelmente não será condenado à pena capital (Feng Li/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2011 às 11h02.

Pequim - O empresário Lai Changxing, foragido da China há 12 anos e considerado o fugitivo mais procurado pelo regime comunista, chegou neste sábado a Pequim depois que a Justiça do Canadá autorizou sua extradição, pondo fim a um longo conflito diplomático entre os dois países.

Lai, de 53 anos, envolvido na maior operação de contrabando da história da República Popular China, chegou ao aeroporto da capital, onde a Polícia leu seus direitos e levou-o preso, informou a agência de notícias oficial "Xinhua".

Em comunicado publicado neste sábado, o Ministério da Segurança Pública da China assinala que a prisão de Lai, após tantos anos de fuga, "mostra que, no fim das contas, o suspeito de um crime não pode evitar a punição, não importa para onde fuja".

O caso se prolongou durante mais de uma década devido à reticência da Justiça canadense a deportar Lai à China, já que o sistema legal do país norte-americano proíbe a extradição para países onde se aplica a pena de morte.

A China é o país onde mais se usa a pena de morte no mundo. Embora o Governo chinês não divulgue números oficiais, diversas fontes humanitárias estimam que o regime execute entre 3 mil e 10 mil pessoas por ano.


As autoridades chinesas indicaram às canadenses que Lai provavelmente não será condenado à pena capital. A agência de notícias "Xinhua", citando juristas, informa neste sábado que, se considerado culpado por contrabando, o réu será condenado à prisão perpétua.

Lai fugiu ao Canadá com sua família em 1999, após ser acusado de liderar uma rede de contrabando em Xiamen, na província chinesa de Fujian.

O caso provocou tensões nas relações entre China e Canadá, país que costuma extraditar estrangeiros acusados de crimes em suas nações de origem.

Também foi motivo de divergências internas entre o Governo canadense, favorável à extradição, e o sistema judiciário, que durante anos se opôs a ela com base nos direitos humanos e chegou a considerar a possibilidade de oferecer ao suspeito o status de refugiado.

A tentativa de Lai permanecer no Canadá começou neste mês a dar sinais de que seria frustrada, quando as autoridades de imigração canadenses, durante anos contrárias à extradição, admitiram em relatório que o fugitivo não seria torturado ou executado se voltasse à China. 

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