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Hollande recebe apoio de autoridades da UE a seus planos de crescimento

O apoio veio em meio às constantes advertências para que ele respeite os compromissos de austeridade fiscal assumidos por Paris

Em uma coletiva de imprensa em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso, o estimulou a "aproveitar a dinâmica atual para aplicar as medidas implantadas" por seus serviços e "reativar o motor do crescimento europeu" (Thomas Coex/AFP)

Em uma coletiva de imprensa em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso, o estimulou a "aproveitar a dinâmica atual para aplicar as medidas implantadas" por seus serviços e "reativar o motor do crescimento europeu" (Thomas Coex/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2012 às 12h46.

Paris - O presidente francês eleito, François Hollande, recebeu nesta terça-feira o respaldo de algumas autoridades europeias a seus planos a favor do crescimento econômico, em meio às constantes advertências para que ele respeite os compromissos de austeridade fiscal assumidos por Paris.

O presidente da União Europeia (UE), Herman Van Rompuy, anunciou nesta terça-feira uma reunião informal de dirigentes europeus para 23 de maio, na qual serão debatidas medidas para reativar o crescimento. Será a primeira reunião de chefes de Estado e de governo da UE na qual Hollande comparecerá como presidente francês.

Em uma coletiva de imprensa em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso, o estimulou a "aproveitar a dinâmica atual para aplicar as medidas implantadas" por seus serviços e "reativar o motor do crescimento europeu".

"Devemos intensificar nossos esforços para reforçar o crescimento, devemos aumentar os investimentos públicos e fazer um bom uso deles", disse por sua vez o comissário de Assuntos Econômicos, Olli Rehn.

Também o diretor da Organização Mundial de Comércio (OMC), o francês Pascal Lamy, próximo a Hollande, defendeu um "orçamento europeu de crescimento" na Eurozona, em um artigo publicado na terça-feira site do Le Monde.

A Comissão Europeia propõe a emissão de obrigações europeias que serviriam para financiar projetos de infraestrutura, aumentar o capital do Banco Europeu de Investimentos (BEI) para ajudar as pequenas e medias empresas, e impor uma taxa as transações financeira. Durante sua campanha, Hollande incorporou estas medidas a sua proposta de orçamento.


Desde o estouro da crise da dívida soberana na Eurozona no início de 2010, o corte do gasto foi aplicado para reduzir o endividamento público inflado no calor da crise financeira de 2008.

Alguns dos países onde mais se aplicaram os cortes, como Grécia, Portugal e Espanha, se encontram atualmente em recessão.

Hollande propões a inclusão de um capítulo com medidas a favor do crescimento no pacto acordado em março por 25 dos 27 Estados da UE, que contempla impor na legislação de cada país o princípio do equilíbrio orçamentário.

Contudo, sua iniciativa desperta um forte debate com Berlim, oposto a renegociar o pacto fiscal e partidário da reativação do crescimento através de reformas estruturais e não com base no gasto público.

Pierre Moscovici, que dirige a transição do poder para a equipe de Hollande, se mostrou confiante em um compromisso com a chanceler Angela Merkel, com quem o socialista se reunirá após assumir seu cargo no dia 15 de maio.

"Encontraremos um compromisso. Estou convencido de que as coisas começaram bem", disse ele a rádio RTL.

Moscovici ressaltou que o presidente eleito "deseja uma construção europeia em um sentido mais favorável ao crescimento" e não quer "ratificar este tratado (de disciplina fiscal) tal como está, sem complementá-lo com um capítulo de crescimento".

Já o Japão reforçou nesta terça-feira as pressões da Alemanha à França. O país, importante comprador de obrigações do fundo criado pela Eurozona para resgatar a seus Estados membros em apuros.

"Não sei se Hollande irá aplicar imediatamente o que disse nos debates da campanha eleitoral, mas, sendo realista, penso que é impossível abandonar os esforços de consolidação fiscal", disse o ministro de Finanças japonês, Jun Azumi.

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