O presidente da França, François Hollande: República Centro-Africana (RCA) requer uma atuação "urgente", segundo Hollande (Pascal Pochard-Casabianca/Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2013 às 13h05.
Johanesburgo - O presidente da França, François Hollande, se mostrou nesta segunda-feira partidário de desdobrar uma missão africana aplicada pela ONU para estabilizar a situação da República Centro-Africana (RCA), país que em sua opinião requer uma atuação "urgente".
Assim indicou o presidente francês durante uma entrevista coletiva oferecida em Pretória junto com seu colega sul-africano, Jacob Zuma, no início de uma visita oficial de dois dias ao país.
"Pensamos que é necessário mobilizar a União Africana (UA) e o Conselho de Segurança da ONU para criar uma força que ajude a alcançar a estabilidade na RCA", disse o presidente francês.
Hollande ressaltou, além disso, a necessidade de que os países africanos sejam capazes de se ocuparem com seus próprios assuntos de segurança.
O presidente sul-africano apoiou esta proposta e advertiu que as eleições presidenciais da RCA, previstas para 2015, não poderão ser realizadas se não melhorar a situação de caos que o país vive.
Zuma, que não concretizou o papel que a África do Sul desempenharia nesta intervenção, já enviou tropas para apoiar o Governo deposto de Bangui, que caiu em março após uma ofensiva dos rebeldes que custou a vida a 14 soldados sul-africanos.
O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, visitou ontem a capital da RCA, onde se reuniu com o presidente e antigo líder rebelde Michael Djotodia, a quem prometeu mais apoio militar e reafirmou sua promessa de convocar eleições em 2015.
A ONU anunciou na semana passada que vai estudar o envio de "capacetes azuis" à RCA para tentar restabelecer a ordem no país.
O Conselho de Segurança aprovou então, por unanimidade, a iniciativa francesa de uma resolução que prevê ajudar inicialmente à missão que a UA aprovou em julho para esse país (Misca).
A resolução pede que os países africanos participem da missão e que outros membros da ONU deem seu apoio.
Paris, que mantém cerca de 450 soldados em solo centro-africano, descartou uma intervenção francesa como a do fim do ano passado no Mali para evitar que as milícias islâmicas tomassem o controle do país.
A situação na República Centro-Africana começou a se deteriorar com a rebelião da coalizão Séléka, que pegou em armas no norte do país em dezembro ao considerar que o então presidente, François Bozizé, não tinha respeitado acordos de paz assinados em 2007.
A coalizão tomou a capital, Bangui, em 24 de março, após o qual foi destituído Bozizé, embora depois se dividiu em disputas internas, o que criou uma situação de desgoverno e falta de segurança no país.