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Hollande nomeia novo premiê e promete corte de impostos

Presidente francês nomeou o ministro do Interior, o centrista Manuel Valls, para o cargo de primeiro-ministro em substituição a Jean-Marc Ayrault


	François Hollande: presidente prometeu realizar cortes nos encargos trabalhistas para as empresas e também reduzir impostos para estimular os gastos dos consumidores
 (Ian Langsdon/Pool/Reuters)

François Hollande: presidente prometeu realizar cortes nos encargos trabalhistas para as empresas e também reduzir impostos para estimular os gastos dos consumidores (Ian Langsdon/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2014 às 18h41.

Paris - O presidente francês, François Hollande, nomeou nesta segunda-feira o ministro do Interior, o centrista Manuel Valls, para o cargo de primeiro-ministro em substituição a Jean-Marc Ayrault, que renunciou depois que o governista Partido Socialista foi derrotado nas eleições locais da França.

Hollande prometeu realizar cortes nos encargos trabalhistas para as empresas e também reduzir impostos para estimular os gastos dos consumidores, insistindo que os parceiros da União Europeia levem os esforços de reforma do país em consideração ao avaliarem se a França respeitou os compromissos com o bloco.

"Entendi sua mensagem, é claro", disse Hollande em uma mensagem televisionada à nação na qual reconheceu que nos seus 22 meses no governo não conseguiu até agora mudar a segunda maior economia da zona do euro.

"Sem muitas mudanças e muita lentidão. Empregos insuficientes e muito desemprego. Justiça social insuficiente e impostos demais... Eu digo uma vez mais: temos de recolocar nosso país de volta no caminho certo." Valls, de 51 anos, tem sido comparado ao ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair - do "Novo Trabalhismo" - por causa de suas ideias pró-negócios e seu estilo elegante. É um bicho-papão para os socialistas mais à esquerda, tendo proposto a mudança do nome do partido e criticado a semana de 35 horas como bandeira carro-chefe do partido, que o PS lançou há mais de uma década.

Valls, que, segundo amigos, tem ambições presidenciais, deverá apresentar uma equipe enxuta de governo antes de Hollande viajar para a cúpula UE-África, em Bruxelas, na noite de quarta-feira.

Hollande disse que a França irá buscar cortes de gastos públicos para ajudar a reduzir o seu déficit orçamentário e também cortará encargos trabalhistas para as empresas em cerca de 30 bilhões de euros (41,35 bilhões de dólares), como parte de um "pacto de responsabilidade" com os empregadores, que ele lançou em janeiro.

Mas o presidente declarou que as eleições de domingo, nas quais os socialistas perderam o controle de mais de 150 cidades, também mostraram a necessidade de um "pacto de solidariedade" que inclua corte de impostos dos trabalhadores, garantias de benefícios sociais, treinamento de jovens e educação.

Ele não detalhou quanto isso custaria, mas disse que será financiado com os mais de 50 bilhões de euros em cortes de gastos públicos nos próximos três anos, que ele já havia anunciado.

"O governo terá de convencer a Europa de que estes esforços da França para impulsionar o crescimento e a competitividade devem ser levados em conta na forma como (o país) respeita seus compromissos", disse ele.

No ano passado, os parceiros europeus deram à França dois anos extras, até o fim de 2015, para reduzir o seu déficit público até abaixo do limite do tratado da UE, de 3 por cento do Produto Interno Bruto.

Dados divulgados nesta segunda-feira mostraram que o déficit foi de 4,3 por cento do PIB em 2013, superior à meta do governo, de 4,1 por cento.

NOVO SARKOZY? Comentaristas políticos têm comparado Valls, nascido em Barcelona e que adotou uma posição linha-dura em relação à criminalidade e aos imigrantes ciganos, com o ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy, filho de um imigrante húngaro que ganhou fama como um linha-dura na área de segurança, no mesmo cargo ministerial.

Os dois membros do partido Verde na coalizão de Hollande, a ministra da Habitação, Cécile Duflot, e o ministro do Desenvolvimento, Pascal Canfin, não vão fazer parte do novo governo, disse uma fonte próxima a Canfin.

Ayrault reconheceu que ele e seus ministros tiveram parte da culpa pela derrota de domingo, na qual 155 cidades elegeram a UMP, de centro-direita, e 11 da Frente Nacional, da extrema direita.

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