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Hollande mantém reunião histórica com Fidel

O encontro durou mais de 50 minutos e ocorreu na residência do ex-presidente cubano


	François Hollande e Fidel Castro em Havana: ele é o 1º chefe de Estado ocidental a visitar Cuba após o anúncio do degelo entre Havana e Washington
 (Alex Castro/AFP)

François Hollande e Fidel Castro em Havana: ele é o 1º chefe de Estado ocidental a visitar Cuba após o anúncio do degelo entre Havana e Washington (Alex Castro/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2015 às 06h46.

Havana - O presidente francês, François Hollande, viveu um "momento histórico" nesta segunda-feira em sua visita a Cuba, ao conversar durante quase uma hora com o líder cubano Fidel Castro.

O encontro entre Hollande e Fidel durou mais de 50 minutos e ocorreu na residência do ex-presidente cubano, 88 anos, em Havana.

Primeiro chefe de Estado ocidental a visitar Cuba após o anúncio do degelo entre Havana e Washington, Hollande disse à comunidade francesa residente na Ilha que "desejava viver este momento histórico".

"Tive diante de mim um homem que fez história. Há, evidentemente, debates sobre o lugar que ocupa, suas responsabilidades, mas estando em Cuba queria me reunir com Fidel Castro", revelou Hollande, explicando que o "Comandante falou muito".

Hollande também se encontrou com seu homólogo cubano, Raúl Castro, que sucedeu Fidel na presidência em 2006. A reunião ocorreu no Palácio da Revolução, onde o presidente francês foi recebido com honras militares.

Os presidentes abordaram "a ideia de reforçar a colaboração entre França e Cuba respeitando o ritmo e a identidade de cada um", disse um funcionário francês.

"Raúl Castro destacou a ideia de que a França pode ter um papel de primeiro plano na relação entre Cuba e a UE, em particular na perspectiva da cúpula UE-Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) de meados de junho, em Bruxelas, da qual Raúl Castro participará", acrescentou o funcionário.

Paris busca capitalizar os laços estabelecidos há pouco mais de um ano com a visita à Ilha de seu ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius.

Desde então, a França se posicionou na primeira linha da aproximação entre a União Europeia e Havana, que as duas partes esperam selar até o final do ano com a assinatura de um acordo.

O presidente francês não deve se encontrar com qualquer dissidente na Ilha, mas afirmou que a questão dos direitos humanos será "necessariamente" tratada durante a visita.

Mais cedo, após inaugurar o novo edifício da Aliança Francesa, Hollande caminhou ao meio-dia pelo Passeio do Prado, um dos mais tradicionais da capital cubana, que marca o limite entre a Havana Velha e o município de Centro Havana, onde foi saudado e aplaudido pelos vizinhos e pedestres.

"Obrigado a você", disse Hollande várias vezes às pessoas que o saudavam e aplaudiam, enquanto caminhava, cercado de jornalistas. Seus seguranças não impediram seu contato com os cubanos.

"Para nós, (sua visita) é um grande acontecimento, isto reforça mais a amizade que sempre existiu entre Cuba e todos os países da Europa", disse à AFP Gilberto Rose, morador de Havana Velha.

"Estas mudanças para o nosso país são boas porque nos dá ideia de que o desenvolvimento do país vai decolar (...) a partir de agora, de todas estas relações", afirmou Estrella Delgado, também de Havana Velha.

O presidente francês caminhou uns dois quarteirões, da Aliança Francesa até o Parque Central e outras duas quadras de volta até o Hotel Sevilla (situado em frente à Aliança), onde dirigiu um encontro empresarial.

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