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Hollande: laicismo e islã são compatíveis se respeitada lei

"Nada na ideia do laicismo se opõe à prática do islã na França, enquanto se ajuste à lei", declarou o chefe de Estado durante um debate


	François Hollande: "O único caminho que vale, o único que é eficaz, é o do Estado de direito"
 (Christophe Ena/Pool/Reuters)

François Hollande: "O único caminho que vale, o único que é eficaz, é o do Estado de direito" (Christophe Ena/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2016 às 12h00.

O presidente francês, François Hollande, considerou nesta quinta-feira que o laicismo e a prática do islã são compatíveis na França desde que a lei em vigor seja respeitada, ao mesmo tempo em que descartou promover qualquer "legislação de circunstância".

"Nada na ideia do laicismo se opõe à prática do islã na França, enquanto se ajuste à lei", declarou o chefe de Estado durante um debate sobre a democracia ante o terrorismo.

"Não haverá legislação de circunstância, tão inaplicável como inconstitucional", completou, em referência aos pedidos de uma nova lei que regulamente o uso do burkini.

A decisão de vários municípios governados pela direita de proibir a peça integral islâmica nas praias francesas provocou uma forte polêmica.

A oito meses das eleições presidenciais, quando a identidade e a imigração serão dois temas centrais, o presidente francês se mostrou como um defensor do Estado de direito ante o terrorismo em um discurso com tom de início de campanha.

"O único caminho que vale, o único que é eficaz, é o do Estado de direito", insistiu.

"O islã pode se acomodar ao laicismo como fizeram antes o catolicismo, as religiões reformistas, o judaísmo?", questionou Hollande.

"Minha resposta é sim, claramente sim", respondeu.

"A pergunta também se apresenta à República: Está realmente disposta a receber em seu seio uma religião que não havia previsto com esta amplitude há mais de um século? Aqui também respondo sim, claramente sim".

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